Há alguns meses, tive a honra de receber aqui no Planetário o aluno da UERJ de licenciatura em biologia Thayan Lopes e suas orientadoras Dra. Andréa Espínola de Siqueira e Dra. Magui Vallim. Thayan estava em vias de concluir seu curso e queria fazer a monografia obrigatória, analisando as condições de acessibilidade do Planetário da Gávea.

A ideia me cativou logo de inicio. Acessibilidade sempre foi uma questão importante para nós e dentre os motivos que levaram Thayan a escolher o Planetário para seu estudo está o fato de ter conseguido entrar e explorar o espaço. Levei o tema da monografia às pessoas diretamente ligadas à administração e manutenção predial, e todos também adoraram. Estaríamos nos colocando em posição de sermos avaliados da melhor forma possível. Thayan e as orientadoras deixaram muito claro sua intenção desde o início: apontar possíveis pontos onde poderíamos melhorar. Sempre queremos melhorar!

Thayan era cadeirante mas sua preocupação foi muito além das necessidades especiais que ele próprio conhecia. Ele tocou na acessibilidade também para surdos, cegos e pessoas com baixa visão e fez seu trabalho à altura do desejo pessoal de deixar um legado. Sua monografia foi extremamente rigorosa e ressaltou pontos já existentes como a rampa de acesso na entrada do Museu do Universo, as duas vagas amplas sinalizadas para cadeirantes no estacionamento e os banheiros adaptados. Também chamou a atenção para melhorias necessárias, como voltarmos a ter uma sessão de planetário para surdos, intensificarmos a iluminação em alguns ambientes  e ampliação do piso tátil em alguns lugares.

Thayan da Silva Lopes (esquerda) e Leandro L S Guedes na rampa do Museu do Universo.

Todo o trabalho mostrou onde estamos acertando e onde podemos melhorar no futuro.

Dia 29 de novembro de 2017 aconteceu a defesa da Monografia. Tive também a honra de participar da Banca. Foi uma defesa acadêmica especialmente emocionante porque Thayan faleceu pouco antes de concluir o trabalho escrito. Com toda a pesquisa feita e grande parte do texto produzido, suas orientadoras e colegas realizaram os ajustes finais e de formatação do texto.

A apresentação foi feita por três colegas de turma, Ana Madeira, Caroline Richau e Vinicius de Souza, e Thayan estava representado por sua mãe e incansável companheira Adélia Rosa Vicente da Silva Lopes.

Thayan certamente deixou muitos legados em cada um que o conheceu, inclusive no Planetário.

Banca da Monografia, da esquerda para direita: Lúcio Paulo do Amaral Crivano Machado (UERJ), Leandro L S Guedes (Planetário), Andrea Espinola de Siqueira (UERJ), Helder Silva Carvalho (IBMR) e Magui Vallim (ISERJ).

Source: Legado do Thayan – Acessibilidade no Planetário da Gávea | Planetário do Rio