Transferência nervosa só funciona em casos de lesões específicas.Pesquisadores americanos dizem que a cirurgia não é complexa.
![Paciente recuperou o movimento de pinça dos dedos (Foto: Clark Bowen/Reprodução) Paciente recuperou o movimento de pinça dos dedos (Foto: Clark Bowen/Reprodução)](http://s2.glbimg.com/hsT0hhqT5juC5BiZCcp-VCxYPnqhxo9a1M5aW3Lo59dIoz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/05/15/tetraplegico1.jpg)
dedos (Foto: Clark Bowen/Reprodução)
Um tetraplégico americano recuperou os movimentos das mãos depois de uma cirurgia pioneira, apresentada nesta terça-feira (15) por um estudo publicado pela revista científica “Journal of Neurosurgery”. A técnica revolucionária, no entanto, só pode ser usada em casos específicos.
O homem de 71 anos ficou tetraplégico em 2008, após um acidente automobilístico. A lesão da coluna aconteceu na altura da última vértebra do pescoço, que recebe o nome “C7”, por ser a sétima vértebra. Como os sinais do cérebro para o corpo são transmitidos pela coluna, ele perdeu os movimentos abaixo dessa altura.
![Ilustração explica a lógica da transferência de nervos (Foto: Eric Young/Divulgação) Ilustração explica a lógica da transferência de nervos (Foto: Eric Young/Divulgação)](http://s2.glbimg.com/mAKtDApyWnm0OHzWO8KvfA2FFYe-IYtU3dGvqFpseadIoz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/05/15/tetraplegico2_1.jpg)
(Foto: Eric Young/Divulgação)
Para as pessoas que se machucaram mais acima, ao longo do pescoço, da vértebra C5 até a C1, uma cirurgia como essa provavelmente não serviria para restaurar a função da mão e do braço, disseram os médicos.
No entanto, alguns nervos que vão para os braços vêm da coluna acima da C7. Por isso, o paciente conseguia mover os ombros, os cotovelos e os punhos – com limites.
Os pesquisadores da Universidade Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, conseguiram ligar esses nervos que chegam até os braços a outros nervos, que vão até os dedos.
Essa cirurgia de ligação entre os nervos, chamada de transferência nervosa, levou os sinais do cérebro de volta à mão do paciente e, assim, fez com que ele recuperasse o movimento de pinça.
“Esta não é uma cirurgia particularmente cara ou complexa demais”, disse a autora principal do estudo, Susan Mackinnon, que fez a cirurgia. “Não é um transplante de mão ou face, por exemplo. É algo que gostaríamos que outros cirurgiões no país fizessem”, completou.
Após a cirurgia, foram necessários oito meses de tratamento depois da cirurgia para que o paciente pudesse movimentar os dedos polegar, indicador e médio da mão esquerda. Dois meses depois, ele conseguiu mover também a mão direita.