À frente do Clique da Esperança, Fábio Laé divulgou 49 campanhas e conseguiu arrecadar mais de  700 000 Mil reais

Fábio Laé

Como milhares de usuários de redes sociais, o engenheiro da computação Fábio Laé estava acostumado a acompanhar as campanhas de auxílio a crianças doentes. Em abril do ano passado, um caso chamou sua atenção no Facebook: um menino de 3 anos, com paralisia cerebral, precisava de dinheiro para o tratamento.

Disposto a ajudar, Laé entrou em contato com os pais do garoto e se ofereceu para criar um site de divulgação da causa. Desconfiados de suas reais intenções, eles recusaram a oferta. Da tentativa fracassada, no entanto, surgiu a ideia de profissionalizar esse tipo de iniciativa.

Assim, um mês depois, Laé lançou o Clique da Esperança, um portal que reúne correntes de doações para menores com doenças graves. “A internet abriga um amontoado de campanhas enganosas. Meu objetivo é oferecer um serviço confiável”, explica.

No processo, ele contata a família, pede laudos médicos, documentos, fotos e escreve um pequeno perfil do doente. O dinheiro é transferido diretamente do doador para a conta bancária do beneficiado pelo sistema de pagamento virtual PagSeguro.“Não existe intermediação. Isso dá credibilidade ao projeto”, diz.

Em um ano e meio, mais de 700 000 reais foram arrecadados para 49 crianças, oito delas na capital. Um dos incluídos no programa foi Warllen Nascimento, de 7 anos. Com paralisia cerebral, o menino necessitava de tratamento para desenvolver os movimentos do corpo.

Em outubro do ano passado, a família do garoto recebeu quase 13 000 reais para arcar com as despesas durante o período da terapia, realizada em fevereiro nos Estados Unidos.

Além de dinheiro, o colaborador do Clique da Esperança pode entregar presentes, como leite, bola de futebol ou ingressos para passeios. O sucesso da empreitada levou Laé a deixar a carreira de lado para se dedicar integralmente à missão. A entidade funciona na casa dele, na cidade de Cotia, na Grande São Paulo. “Daqui a dez anos, quero olhar para trás e ver quantas vidas consegui mudar”, diz.

Fonte: VEJA São Paulo