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As lesões raquimedulares traumáticas constituem um grave problema de saúde pública, frequentemente acometendo indivíduos em idade produtiva e levando a graus variados de incapacidade. As células-tronco são uma grande promessa para o tratamento de lesões medulares.

As células mesenquimais vem sendo amplamente estudadas neste contexto e apresentam diversas vantagens, se comparadas com outros tipos de células-tronco. Dentre estas vantagens, as células mesenquimais podem ser obtidas do próprio paciente para uso autólogo.

Em estudos prévios, realizados pelos pesquisadores do CBTC, demonstrou-se a segurança do transplante de células mesenquimais em pacientes paraplégicos em decorrência de lesões raquimedulares crônicas. Além disso, os pacientes acompanhados apresentaram diferentes graus de melhora neurológica.

No entanto, o procedimento para administração das células até então era de alta complexidade, uma vez que era realizado através de uma cirurgia aberta para injeção das células diretamente no local da lesão medular.

Em trabalho publicado na revista Cytotherapy, da Sociedade Internacional de Terapia Celular (ISCT), pesquisadores do CBTC demonstram que a técnica para administração de células-tronco mesenquimais diretamente no local da lesão pode ser substituída por um método simplificado e menos invasivo, sem necessidade de cirurgia aberta, que consiste na injeção através da pele guiada por imagem de tomografia computadorizada.

Neste estudo piloto, que incluiu cinco pacientes, o novo procedimento se demonstrou seguro, além de reduzir o tempo de internação, riscos associados e custo do procedimento.

Saiba mais através do link:

http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1465324917306229

Células-Tronco


Utilizando células-tronco adultas obtidas de diferentes fontes, tais como a medula óssea, o tecido adiposo, o cordão umbilical e a polpa dentária, assim como células-tronco neurais e cardíacas, realizamos estudos da biologia dessas células, assim como testes de ação terapêutica em modelos animais. Visando ao aperfeiçoamento de protocolos terapêuticos, estudamos modificações e a associação de hormônios celulares e arcabouços moleculares para melhorar a sobrevivência e ação das células-tronco adultas. Estudos clínicos baseados nos achados experimentais já estão sendo realizados, utilizando toda a  infraestrutura do CBTC para o preparo de células.

iPSC
As células-tronco de pluripotência induzida (iPSCs, do inglês – induced pluripotent stem cells) têm características muito semelhantes às  células-tronco embrionárias (ESCs, do inglês embryonic stem cells), principalmente, quanto à capacidade de autorrenovação e diferenciação celular.

As iPSCs podem ser geradas a partir de células adultas de diferentes tecidos do organismo. Em nosso laboratório, são geradas iPSCs humanas a partir da reprogramação de fibroblastos derivados da derme, células mesenquimais derivadas da medula óssea e eritroblastos derivados de amostra de sangue periférico.

Estabelecemos a metodologia de reprogramação celular utilizando a nucleofecção de plasmídeos epissomais com os fatores OCT3/4, SOX2, L-MYC e KLF-4 (fatores Yamanaka), os quais foram determinados como essenciais para a alta eficiência e qualidade da reprogramação. São produzidas também células-tronco para reproduzir in vitro modelos de doenças humanas e desenvolver novas estratégias de tratamento.

Após o cultivo das iPSCs, as células são caracterizadas e monitoradas para diversos marcadores de pluripotência como TRA-1-60, SSEA-4, Oct3/4, Nanog, além de ensaios de diferenciação para os três folhetos embrionários (endoderma, mesoderma e ectoderma), teste para micoplasma e cariotipagem. Após estas caracterizações, damos início aos protocolos de diferenciação celular para progenitoras neurais, células tipo-hepatócitos e células tipo-cardiomiócitos, utilizando protocolos já pré-estabelecidos na literatura.

De posse destas células diferenciadas derivadas das iPSCs, temos uma ótima ferramenta para estudos in vitro, que são utilizadas como modelos experimentais para determinadas doenças e estudos toxicológicos de drogas. Utilizando as iPSCs produzidas, podemos avaliar o potencial terapêutico das células diferenciadas derivadas de iPSC em diferentes modelos experimentais de doenças humanas.

Fonte: Centro de Biotecnologia e Terapia Celular do HSR