POR Monica Coimbra

Me chamo Monica, tenho 36 anos, trabalho em uma multinacional com auditoria e consultoria, adoro viajar e dificilmente fico parada, me tornei cadeirante a 03 anos, possuo uma doença óssea degenerativa que me permite mover o corpo/membros, mas me impede de andar.

Viajei com minha mãe, minha tia e sobrinha. Nosso voo foi bem demorado, tanto a ida quanto a volta foi realizado pela Avianca partindo do RJ para Cancun com escala de 3hs em Bogotá tanto na ida quanto na volta.

Embarquei levando comigo o meu kit livre (que foi minha salvação na viagem) em todo o trajeto de ida e volta recebi atenção e assistência do pessoal da Avianca. Na ida todos os embarques e desembarques foram por tunel, já na volta o embarque em Cancun e o desembarque em Bogotá fui carregada sentada na cadeira pelo pessoal da Avianca pois os dois aeroportos não possuem ambulift.

Cancun é uma cidade relativamente nova, tem cerca de 40 anos apenas e muito segura. Em termos de acessibilidade a cidade é totalmente plana, as calçadas são lisas, niveladas, com rebaixamento e placas de sinalização, demonstra visivelmente que já está sendo planejada de forma acessível.

Mas… como nada é tão perfeito, ainda está atrasada no que diz respeito a transporte, seja público ou privado. Seus onibus ainda são aqueles antigos sem elevador e também não possui taxis adaptados.

Como eu ainda possuo alguma mobilidade e consigo passar para o banco do carro, contratei um transfer privativo (tipo mini van) de chegada e saida com a agencia da brasiltransfers (é uma agência brasileira em Cancun), caso contrário as outras formas de locomoção é utilizar os taxis normais (desde que desmonte a cadeira para por na mala) ou alugar carro (desde que outra pessoa dirija, pois não tem adaptação no máximo automático).

A maioria dos hotéis da zona hoteleira são resorts de frente para a praia e a maioria possui quartos adaptados. Ficamos no Hotel Krystal Cancun, um resort de frente para a praia e proximo aos night points como Coco Bongo, Hard Rock e Senor Frogs (dava para ir a pé, ops rodando). Todo o hotel possui rampas, elevadores e acessos, os funcionarios sempre dispostos a ajudar.

A Piscina possui áreas que podemos tomar banho com tranquilidade uma vez que o salva vidas nos coloca e tira da agua sempre que necessário, no mais é descansar nas espreguiçadeiras.

Novamente, contratamos 03 passeios com o pessoal da brasiltransfers (como ja disse, privativos) uma vez que qualquer passeio a ser realizado em Cancun é feito por onibus e como já disse não são adaptados.

Escolhi conhecer os monumentos de Chichen Itza (cidade pré-colombiana construída pela civilização maia no final do período clássico. O sítio arqueológico está localizado no município de Tinum, no estado de Yucatán, México.) e Playa Del Carmem, nos parques ecológicos Xcaret e Xel-Ha. Não escolhi ir a Tulun (Zona arqueológica maia situada na costa de Cancun) pois vi que não havia acessibilidade e também possui muitas escadas e penhascos.

Nosso primeiro dia em Cancun fomos a Chichen Itza conhecer os templos Maias, o local até dá pra empurrar a cadeira mas o caminho não é dos melhores, o kit livre nesse momento foi fundamental permitiu conhecer todo o lugar com autonomia e segurança, e certeza de que as rodinhas não agarrariam em nada rsrs. Playa del carmem é linda, lembra nossa querida Buzios, um calçadão perfeito para rodar e inúmeras lojinhas.

O segundo dia, curtimos o hotel, a piscina e a cidade, fomos ao Hard Rock e ao famoso Coco Bongo e para quem gosta tem varias lojinhas e shoppings multimarcas.

 

 

Terceiro dia, dia de parque. Novamente o kitlivre fez a diferença, fomos ao Xcaret, um parque aquático com reserva biológia, totalmente adaptado. Acesso em todo o parque, aluguel de equipamentos e carrinhos elétricos também.

Possui praias privativas paradisíacas, piscinas naturais, aquário e o principal o nado com os golfinhos. A equipe é totalmente preparada, me levaram até o tanque dos golfinhos e apenas para entrar no tanque me desceram no colo, mas prestando assistência a todo o momento. A sensação foi incrível, inexplicavel!

Quarto dia, também foi dia de parque. O Xel-Ha é um parque para quem gosta de aventura, se tiver coragem vale a pena. O parque é gigantesco, possui varios toboaguas, tirolesas e uma atração onde você desce um rio em uma boia que desagua em uma piscina natural formada pelo mar. Experiencia louca mas AMEI. Mas não aconselho a cadeirantes que não saibam nadar, a tetras ou que não pratiquem alguma atividade fisica pois é bem cansativo. Como no outro parque também possui funcionários que ajudam a entrar e sair da agua sempre que necessário.

Quinto e último dia ficamos pelo resort do hotel, afinal, depois de dois dias de aventura estava mega cansada.

Cancun ainda esta em desenvolvimento e imagino que logo logo estará totalmente acessível, um lugar para descansar ou curtir noites muito legais.