Tumor maligno pode levar crianças à cegueira

Por iniciativa da TUCCA (Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer), 18 de setembro foi instituído como o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma. O diagnóstico precoce é fundamental para preservar a visão e a vida da criança acometida por esse câncer. A Lei No 12.637, que institui a data comemorativa foi publicada no DOU e entrou em vigor em 2012.

O retinoblastoma é o tumor ocular mais comum na infância. Ele pode levar à cegueira e até à morte. 90% dos casos desse tipo de câncer ocorrem em crianças com até 4 anos de idade, no Brasil são cerca de 400 novos casos por ano.

Responsável por atingir cerca de 400 crianças por ano no Brasil, o retinoblastoma é o tumor ocular mais comum na infância, de acordo com o Ministério da Saúde. Esse tipo de câncer pode causar cegueira e até levar à morte, atingindo, em sua maioria, crianças de 0 a 5 anos – sendo que 90% dos casos ocorrem em crianças com até 4 anos de idade.

Ao perceber qualquer anomalidade nos olhos das crianças os responsáveis devem procurar um médico. A realização de exames (como o teste do olhinho e avaliação do fundo de olho) possibilita identificar o retinoblastoma o quanto antes, aumentando as taxas de sucesso do tratamento.

Atualmente, cerca de 50% dos casos diagnosticados no país são identificados tardiamente, o que reduz as chances de tratamento e cura do tumor. O que pouca gente sabe é que, se a doença for diagnosticada precocemente, pode ter cura em até 100% dos casos.

O tumor é maligno e se desenvolve na retina, e pode ser hereditário e afetar os dois olhos ou apenas um deles. Se forem bilaterais, os casos são sempre hereditários. A doença acomete, em sua maioria, crianças de até 5 anos de idade, mas a média da idade em que a doença é diagnosticada é aos 14,9 meses.

Seu principal sintoma é a leucocoria, caracterizada pelo “reflexo de olho de gato”, percebida geralmente quando o flash de foto incide sobre o olho da criança. Outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão e dor ocular. É importante que os pais se atentem para a realização do teste do olhinho logo após o nascimento do bebê e periodicamente até os cinco anos.

O Departamento de Oncologia Pediátrica do Hospital Santa Marcelina, localizado na Zona Leste de São Paulo, em parceria com a TUCCA, tornou-se referência internacional no tratamento da doença. “Realizamos atendimento integral às crianças com retinoblastoma, sem qualquer custo ao paciente ou à sua família. Atendemos todas as necessidades em termos de diagnóstico, tratamento e reabilitação”, destaca Dr. Sidnei Epelman, presidente da TUCCA e oncologista pediátrico.

Quimioterapia intra-arterial

Alternativa eficaz e com menos efeitos colaterais pode salvar o olho de crianças com tumor ocular

A quimioterapia intra-arterial, técnica conhecida no tratamento de tumores gástricos, de pâncreas, de cabeça e pescoço, se tornou uma alternativa muito eficaz no tratamento do retinoblastoma, tumor ocular mais comum na infância, pois possibilita o salvamento do olho da criança, além de sua visão. Infelizmente, muitos casos ainda são diagnosticados tardiamente, levando à enucleação (retirada do olho) ou até a morte.

A técnica, que tem se mostrado promissora, pode ser considerada bem menos agressiva quando comparada ao tratamento convencional do retinoblastoma, pois, por estar em contato direto com a artéria que nutre o olho, permite a administração de doses muito menores de medicamentos. Dessa forma, os efeitos colaterais são mínimos. Além disso, essa técnica é uma alternativa eficaz para evitar a enucleação (retirada do olho), preservar a visão e alcançar a cura, salvando a vida da criança.

De acordo com o Dr. Sidnei Epelman, oncologista pediatra, diretor do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital Santa Marcelina e presidente da TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer, parceira do Hospital Santa Marcelina, devido ao diagnóstico tardio em muitos casos, a medida mais comum para combater o tumor é a enucleação. “A quimioterapia intra-arterial traz a possibilidade de salvar o olho do paciente, a visão e ainda erradicar o retorno do tumor”, afirma

De 2001 a julho/2019 na TUCCA:

  • Total de 289 casos de Retinoblastoma
  • 134 olhos realizaram Quimioterapia Intra Arterial (17 ainda em avaliação de resposta)

O mais relevante é o percentual de olhos salvos com a utilização dessa técnica que é da ordem de 70%. Ela tem se mostrado promissora e pode ser considerada bem menos agressiva quando comparada ao tratamento convencional do retinoblastoma – pois, por estar em contato direto com a artéria que nutre o olho, permite a administração de doses muito menores de medicamentos. Dessa forma, os efeitos colaterais são mínimos. Além disso, essa técnica é uma alternativa eficaz para evitar a enucleação (retirada do olho), preservar a visão e alcançar a cura, salvando a vida da criança.

Sintomas, diagnóstico e tratamento

O principal sintoma é a leucocoria, presente em 90% dos casos diagnosticados. A leucocoria é caracterizada por um reflexo branco na pupila, conhecido como reflexo do olho de gato. Essa mancha esbranquiçada indica que uma fonte luminosa está incidindo sobre a superfície do tumor e impede a passagem de luz. Sem a passagem de luz, as vias óticas para o centro da visão no cérebro não se desenvolvem e atrofiam.

Esse reflexo branco, muitas vezes, só é notado sob luz artificial, quando a pupila está dilatada, ou em fotos, quando o flash bate sobre os olhos. Nos olhos saudáveis, esse reflexo é sempre vermelho. Outros sintomas que podem aparecer são estrabismo, vermelhidão, deformação do globo ocular, baixa visão e dor ocular.

Apesar de o principal sintoma ser a leucocoria, o seu aparecimento significa que a doença já está em estágio avançado e as chances de salvar o olho da criança serão menores. Antes disso, a criança já pode apresentar como sintoma sensibilidade à luz (fotofobia) ou um desvio ocular, por exemplo, estrabismo. Por isso, é extremamente importante que, ao perceberem qualquer anormalidade nos olhos do filho, os pais procurem um médico o quanto antes. O diagnóstico precoce possibilita o tratamento adequado e aumenta as possibilidades de preservar a visão e a vida da criança acometida pela doença.

O teste do olhinho deve ser realizado logo após o nascimento do bebê e periodicamente até os cinco anos, faixa etária mais atingida pela doença. O teste é simples e pode detectar qualquer alteração no eixo visual, levantando a suspeita da existência de um tumor, que pode ser confirmado pelo exame de fundo de olho. Além do retinoblastoma, o exame pode detectar outras doenças, como catarata e glaucoma congênito.

Referência internacional no tratamento do retinoblastoma, o Centro de Atenção Integral à Criança com Retinoblastoma, do Hospital Santa Marcelina em parceria com a TUCCA, está equipado com aparelhos de última geração e oferece opções terapêuticas de ponta, como a quimioterapia intra-arterial, uma técnica minimamente invasiva, que permite a administração de doses muito menores de medicamentos e, consequentemente, menos efeitos colaterais.

O oncologista pediatra e presidente da TUCCA, Dr. Sidnei Epelman, explica que o objetivo dessa técnica é conseguir salvar o olho do paciente. “É um privilégio ter a possibilidade de conseguir não só curar, mas salvar o olho da criança. O tratamento padrão é a enucleação (retirada do olho), mas com a quimioterapia intra-arterial podemos salvar o olho e a visão da criança”, completa.

Dados estatísticos sobre retinoblastoma no Hospital Santa Marcelina/TUCCA

– 40% dos casos são hereditários

– 90% dos pacientes têm chances de cura quando o problema é detectado cedo

– 50% das ocorrências da doença ainda são diagnosticadas tardiamente

– 11% de casos neoplásicos

– 3ª maior incidência do tipo de câncer (no centro de referência ao tratamento de retinoblastoma no Hospital Santa Marcelina/TUCCA

– Média de idade ao diagnóstico: 2 anos

– Média entre os primeiros sinais e sintomas até o diagnóstico: 5 meses

– Histórico de câncer na família: 65% Sim | 35% Não

Sobre a TUCCA

A TUCCA – Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que oferece tratamento multidisciplinar de excelência a crianças e adolescentes carentes com câncer, sem custos ao paciente ou à família. Em 20 anos de atividade, já assistiu mais de 3.500 pacientes, atingindo taxas de cura próximas a 80%, índice igualado somente aos centros de referência da Europa e dos Estados Unidos.

Para otimizar recursos, a TUCCA mantém parceria com o Hospital Santa Marcelina e aplica os valores arrecadados direta e exclusivamente no tratamento, pesquisa, diagnóstico precoce e capacitação de profissionais. Também conta com uma equipe multidisciplinar que assiste o paciente e sua família durante todo o período do tratamento e até que fiquem completamente bem.

http://www.tucca.org.br/