Aos 26 anos, Paloma Barbosa faz sucesso no Instagram ao compartilhar desenhos que representam mulheres com deficiência em cotidianos simples
LIFESTYLE Hysa Conrado, do R7
Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
Desde criança, Paloma Barbosa, de 26 anos, tem uma deficiência congênita e já enfrentou uma cirurgia, usou muletas e, aos 22 anos, precisou de cadeira de rodas. Durante os meses de adaptação, ela passou por uma calçada que tinha um poste no meio e foi obrigada a ir pela rua, ficando exposta aos carros. “Eu fiquei muito brava e senti que era uma violência com meu corpo. Nesse dia queria botar essa raiva para fora e resolvi desenhar. Isso me ajudou muito e me trouxe para perto de mulheres que passaram pela mesma situação”, conta
Desde criança, Paloma Barbosa, de 26 anos, tem uma deficiência congênita e já enfrentou uma cirurgia, usou muletas e, aos 22 anos, precisou de cadeira de rodas. Durante os meses de adaptação, ela passou por uma calçada que tinha um poste no meio e foi obrigada a ir pela rua, ficando exposta aos carros. “Eu fiquei muito brava e senti que era uma violência com meu corpo. Nesse dia queria botar essa raiva para fora e resolvi desenhar. Isso me ajudou muito e me trouxe para perto de mulheres que passaram pela mesma situação”, conta
Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
Em seu perfil no Instagram (@partes.art), a ilustradora representa mulheres com deficiência em cotidianos simples, como na série de desenhos que publicou durante o carnaval. “A ideia de que PCD's [Pessoa com Deficiência] não fazem parte do carnaval vem desse lugar de acreditar que na verdade nós não fazemos coisa alguma. Não nos relacionamos, trabalhamos, viajamos ou saímos de casa. E, apesar da sociedade e da falta de acessibilidade tornar todas essas coisas muito difíceis para nós, estamos, sim, nesses lugares, e estamos ocupando cada vez mais espaços”, explica Paloma
Em seu perfil no Instagram (@partes.art), a ilustradora representa mulheres com deficiência em cotidianos simples, como na série de desenhos que publicou durante o carnaval. “A ideia de que a pessoa com deficiência  não fazem parte do carnaval vem desse lugar de acreditar que na verdade nós não fazemos coisa alguma. Não nos relacionamos, trabalhamos, viajamos ou saímos de casa. E, apesar da sociedade e da falta de acessibilidade tornar todas essas coisas muito difíceis para nós, estamos, sim, nesses lugares, e estamos ocupando cada vez mais espaços”, explica Paloma
Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
Para a ilustradora, o modo como a mídia representa pessoas PCD’s contribui para a estigmatização de seus corpos. “Insiste em nos retratar como guerreiras, exemplos de superação, quando na verdade somos só pessoas querendo que nossos direitos sejam garantidos”
Para a ilustradora, o modo como a mídia representa pessoas com deficiência contribui para a estigmatização de seus corpos. “Insiste em nos retratar como guerreiras, exemplos de superação, quando na verdade somos só pessoas querendo que nossos direitos sejam garantidos”
                    Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
                       “Por muito tempo o único lugar onde eu encontrava mulheres PCD's era em um hospital. Não havia nada em nenhum lugar que dissesse que ser uma mulher com deficiência era algo bom ou bonito. Hoje em dia, com a internet, as coisas melhoraram. Mas na mídia e na arte é tudo muito pequeno ainda”, diz Paloma
“Por muito tempo o único lugar onde eu encontrava mulheres com deficiência era em um hospital. Não havia nada em nenhum lugar que dissesse que ser uma mulher com deficiência era algo bom ou bonito. Hoje em dia, com a internet, as coisas melhoraram. Mas na mídia e na arte é tudo muito pequeno ainda”, diz Paloma
Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
Sobre a recepção que seu trabalho teve no Instagram, Paloma define como algo “incrível”, mas chama a atenção para a responsabilidade de ser uma artista tratando deste tema. “Minha forma de encarar minha arte mudou bastante. Ela assumiu um contexto político, de carregar e falar de pautas de mulheres com deficiência, e isso foi se tornando mais forte conforme fui ganhando visibilidade”, explica  
Sobre a recepção que seu trabalho teve no Instagram, Paloma define como algo “incrível”, mas chama a atenção para a responsabilidade de ser uma artista tratando deste tema. “Minha forma de encarar minha arte mudou bastante. Ela assumiu um contexto político, de carregar e falar de pautas de mulheres com deficiência, e isso foi se tornando mais forte conforme fui ganhando visibilidade”, explica
Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
Paloma é de São Paulo e já foi convidada para expor seu trabalho em galerias e eventos. No Instagram, vende as imagens por preços que variam entre R$ 5 e R$ 15 reais, mais o frete. As encomendas de retratos costumam custar a partir de R$ 80. “Acredito que todas as ilustrações são uma mistura. Tem um pouco de mim, um pouco das mulheres que eu conheço. Às vezes vem de um desabafo, uma necessidade de colocar os sentimentos para fora”, conta a artista 
Paloma é de São Paulo e já foi convidada para expor seu trabalho em galerias e eventos. No Instagram, vende as imagens por preços que variam entre R$ 5 e R$ 15 reais, mais o frete. As encomendas de retratos costumam custar a partir de R$ 80. “Acredito que todas as ilustrações são uma mistura. Tem um pouco de mim, um pouco das mulheres que eu conheço. Às vezes vem de um desabafo, uma necessidade de colocar os sentimentos para fora”, conta a artista
Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
'O capacitismo nos deslegitima como mulheres e nos infantiliza, tornando nossa sexualidade algo inexistente. Coloca em dúvida todas as nossas habilidades profissionais e nossa autonomia', afirma a ilustradora. Capacitismo é a discriminação contra pessoas com deficiência
“O capacitismo nos deslegitima como mulheres e nos infantiliza, tornando nossa sexualidade algo inexistente. Coloca em dúvida todas as nossas habilidades profissionais e nossa autonomia”, afirma a ilustradora. Capacitismo é a discriminação contra pessoas com deficiência
               Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
                 'Só agora foi lançada uma boneca cadeirante, ou seja, tive uma infância e adolescência inteira sem ter pra onde olhar. Isso com certeza me afetou', desabafa
“Só agora foi lançada uma boneca cadeirante, ou seja, tive uma infância e adolescência inteira sem ter pra onde olhar. Isso com certeza me afetou”, desabafa
                  Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
                     A Merida, do filme Princesa Valente, representada como uma mulher PCD Leia também: 'Meu marido não é herói': romance de pessoas deficientes ainda é tabu
A Merida, do filme Princesa Valente, representada como uma mulher com defiência
Foto: Reprodução/Instagram/Partes.art
Nesta ilustração, duas crianças com deficiência brincam de telefone sem fio Leia também: O que os festivais ainda precisam aprender sobre acessibilidade
Nesta ilustração, duas crianças com deficiência brincam de telefone sem fio