A temática da inclusão é transversal, mas nem sempre ouvimos falar da deficiência e da necessidade de plataformas inclusivas. Venha compreender várias formas como essa questão pode estar presente no mundo digital.

A questão da inclusão marca profundamente o século XXI e, sem dúvida, o papel do digital e das novas tecnologias no processo de integração das pessoas com deficiência na sociedade é incontornável.
Dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos dão conta de que existem cerca de 45 milhões de brasileiros com deficiência de algum tipo, sendo que isso corresponde sensivelmente a 25% da população global do Brasil.

A capacitação de pessoas com deficiência física e intelectual é algo que nem sempre se fala, mas que está sendo amplamente considerado nos estudos sobre o meio online e os dispositivos eletrônicos.

Quando pensamos em deficiência e tecnologia, um dos nomes que ressalta em nossas mentes é o de Stephen Hawking, uma das mentes mais brilhantes do nosso tempo e que sofreu de uma doença degenerativa, ancorando na tecnologia quase toda a sua atividade, sem que isto o impeça de desenvolver algumas das teorias mais impactantes do mundo moderno, incluindo sobre a física e o Espaço.

A tecnologia é, de facto, um instrumento de grande valor para a inclusão e o seu papel na deficiência e na difusão de informação que promova a equidade social não pode ser descurado.

Venha conhecer algumas das formas como a tecnologia pode apoiar a inclusão.

1. Maior contato e aceitação social

O maior contato com informação é algo que pode, globalmente, promover uma maior consciência social face à deficiência, motivando um maior interesse sobre a questão e uma ação individual mais orientada para as temáticas da inclusão.
Exemplos simples, como atos cotidianos regulares dos brasileiros, incluindo o amor pelos esportes, podem ser parte do processo. Uma consciência maior sobre o potencial dos atletas com deficiência, por exemplo, pode ser conquistado na colocação de apostas de futebol, basquete e tênis nos melhores sites, sendo que muitos deles integram times e eventos paraesportivos (incluindo, por exemplo, os campeonatos paraolímpicos).

Além do mais, o maior contato com a informação disseminada pelos mídia digitais também pode contribuir para que um maior número de pessoas opte por se dedicar a atividades que promovem a igualdade, como por exemplo aprender língua gestual.

2. Aplicativos inclusivos

A evolução da ciência tem feito com que as preocupações relativas à inclusão motivem novos estudos, para a criação de meios que ajudem a promover sociedades mais igualitárias.

Nesse sentido, e com o crescimento dos mercados de aplicativos, se assiste a um número cada vez maior de apps especialmente dedicadas a pessoas com deficiências de vários tipos, incluindo visual, auditiva e física.

Esses aplicativos surgem sob a forma de assistentes pessoais, de alto-falantes inteligentes ou de equipamentos de digitação automática de voz.

Sistemas de Inteligência Artificial estão também seno estudados para permitir a superação de deficiências cognitivas, permitindo que uma pessoa com esse tipo de deficiência possa ser mais autônoma em seu cotidiano.

Também para as questões relacionadas com limitações de movimentos físicos encontramos já soluções de mobilidade amplamente ancoradas nos novos equipamentos tecnológicos.

3. Medicina e soluções efetivas

O estudo científico relacionado com a medicina também está permitindo que várias deficiências, até ao momento impossíveis de solucionar, possam ter resolução clínica.
Vários equipamentos estão sendo estudados como forma, por exemplo, de solucionar problemas como a surdez ou a cegueira, de forma a permitir que pessoas com essas deficiências possam recuperar parcial ou totalmente.

Ainda que os estudos estejam sendo feitos, o melhoramento das tecnologias ainda não permite soluções plenas, sendo que, todos os dias, novos avanços são feitos, com a finalidade de criar soluções inovadoras.

A introdução do 5G poderá ser um acelerador natural desses processos, permitindo avanços mais rápidos de futuro.

4. O design e a inclusão

No que respeita aos avanços do mundo da tecnologia, também as questões relacionadas com o design devem ser encaradas pelo enorme contributo que conferem à questão.
Os estudos sobre o design ajuda a facilitar o uso de equipamentos por parte de pessoas com deficiência e poderão potenciar uma vida mais inclusiva, nomeadamente ao permitirem o acesso dos seus usuários ao mercado de trabalho ou facilitando a gestão de uma vida escolar e acadêmica.

Os testes realizados estão utilizando a disponibilidade de voluntários com deficiência, que ajudam a compreender quais as estruturas mais funcionais e contribuem para criar equipamentos adaptados que promovem um mundo mais igualitário e inclusivo.

5. Cinema e realidade aumentada

A empatia é uma parte importante da inclusão e a realidade é que, para alguém que não convive com uma deficiência diariamente, pode ser complexa a compreensão sobre a realidade cotidiana vivida por quem tem limitações desse teor.

A realidade aumentada, uma tecnologia que está virando tendência por conta de videogames e outros setores equivalentes, poderá vir a representar uma importante ferramenta educativa, permitindo a pessoas sem deficiência uma compreensão mais ampla sobre as dificuldades que alguém com uma limitação física encontra nos seus dias.

Dessa forma, o cinema e as ferramentas inteligentes podem, de fato, contribuir para que nos coloquemos no lugar do outro, para promover uma maior atenção face às várias realidades que compõem esse mundo em que estamos vivendo.

Assim, ainda que muitos dos avanços tecnológicos tenham por finalidade outros grupos sociais e visem, num primeiro instante, a criação de espaços de trabalho e lazer mais práticos e simples para as pessoas que não possuem deficiência, o papel que estes podem ter, também, na criação de um mundo mais pleno, mais justo e mais igualitário não pode ser esquecido.

Os estudos sobre inclusão devem, por isso, ser parte integrante das pesquisas sobre tecnologia e o estudo sobre o potencial de cada instrumento digital pode ser uma grande parte do que ajudará a que, no futuro, os 25% da população afetadas por deficiência no Brasil consigam viver um cotidiano mais inclusivo, vivendo com menor dificuldade e criando um novo espaço no panorama social brasileiro.