Projeto 145.000km de pedaladas ao redor do mundo / Divulgação

Caminhando até 12 horas por dia, enfrentando chuvas e temperaturas de até 40 graus e percorrendo de 30 a 50 quilômetros, empurrando uma cadeira de rodas, o ativista mineiro, José Geraldo de Souza Castro, Zé do Pedal, 57, membro do Lions Clube de Viçosa, realiza sua Cruzada Pela Acessibilidade, que o levará a percorrer 10.700km, empurrando uma cadeira de rodas, passando por 20 estados (Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Goiás, Brasília, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), finalizando no município do Chuí, extremo sul do Brasil.

O ativista mineiro José Geraldo de Souza Castro, o Zé do Pedal chega ao Rio de Janeiro, concluindo mais uma etapa do projeto “Cruzada pela Acessibilidade”, um percurso entre os extremos das fronteiras do Brasil (Monte Caburaí/Roraima ao Chuí/Rio Grande do Sul).

A caminhada, empurrando uma cadeira de roda, teve início no dia 10 de fevereiro de 2014, e já percorreu mais de 8.000 quilômetros passando pelos estados de Roraima, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais.

A meta é chegar ao Chuí dia 21 de Setembro próximo, Dia Nacional de luta da Pessoa dom Deficiência. Durante breve descanso na cidade de Petrópolis o ativista foi homenageado, durante a reunião do Lions Clube de Itaipava, na Pousada Pedra do Retiro, pelo presidente do clube (em nome do ex-governador do distrito, Fernando da Silva Mota), com um troféu em reconhecimento ao trabalho em prol à pessoa com deficiência.

Na última terça feira, em reunião extraordinária, Zé do Pedal recebeu, na Câmara Municipal de Petrópolis recebeu Menção Honrosa por parte da vereadora Gilda Beatriz, que trata constante do tema no Legislativo. Ela e os demais vereadores conversaram com Zé do Pedal para saber mais detalhes da iniciativa dele. Em seu agradecimento, Zé do Pedal lembrou aos parlamentares da importância da toma de atitudes, uma vez que Petrópolis tem hoje 65 mil pessoas com deficiência, ou seja, mais de vinte por cento de sua população.

Durante o percurso, Zé prega um pouco mais de consciência em respeito ao próximo, cujos movimentos, provisórios ou definitivamente, o impossibilitem de andar. Ele sabe que o sacrifício de cobrir a distância entre os extremos do País, para os chamados “perfeitos”, é muito menor do que o percurso entre dois quarteirões de muitas cidades, para quem depende de uma cadeira de rodas ou de muletas para se locomover.

Zé disse que o projeto “Cruzada Pela Acessibilidade” teve sua semente lançada em junho de 2008, durante sua viagem em um kart a pedal de Paris a Johanesburgo. Na passagem pela cidade de León, no caminho francês da rota de peregrinação de Santiago de Compostela, em um dado momento, ouviu uma voz feminina dizendo “no puedo” (não posso).

Olhou e viu uma jovem em uma cadeira de rodas tentando subir uma rampa que possuía um pequeno degrau. Com a ajuda de outras pessoas a jovem conseguiu seu intento, mas a privação da liberdade, aliada à dependência da boa vontade alheia, tocou o coração do aventureiro: “As barreiras naturais são obstáculos para todos. Porém, as arquitetônicas, instaladas em concretos nas calçadas, edificações e ruas de cidades são obras do homem. Se o homem consegue interferir nas obras de Deus, porque não interferir nas “fabricadas por ele”, o homem?”, concluiu o humanista.

De acordo com o ativista, o projeto, tem como objetivo entregar, nas Câmaras Legislativas dos Municípios visitados, uma proposta de Projeto-Lei sobre Normas de Acessibilidade e outra para a criação de Conselhos Municipais dos Direitos da pessoa com Deficiência e o de conscientizar as pessoas, principalmente aquelas com poderes de decisão, a terem mais respeito com as pessoas deficientes (hoje em dia podem-se ver pessoas em cadeiras de rodas impossibilitadas de entrar em um banco ou setor publico, por falta de rampas de acesso ou de elevadores). E, projetar uma imagem diferente das pessoas com deficiências que não gere pena, senão Igualdade – Dignidade – Respeito, pois apenas eliminando as barreiras arquitetônicas e sociais que dificultam às pessoas deficientes a participarem ativamente em todos os aspectos da vida social teremos um mundo mais justo e mais humano.

Fonte: www.acritica.net