Gente, esse ano meu carnaval foi um pouco diferente, pois foi a primeira vez que acompanhei o bloco Ala Ursa ou simplesmente Bloco do Magão que arrasta multidões pelas ruas de Caicó. O Bloco, conforme Robson Pires, surgiu em 1990 com os objetivos de chamar a atenção da sociedade para o Poço de Sant’Ana, um ponto turístico de Caicó localizado no leito do Rio Seridó, que sofria com o esquecimento e com a poluição. Também buscavam reinventar o carnaval de rua caicoense que estava desaparecendo.
Ainda conforme destaca, Robson Pires,Ronaldo Batista de Sales popularmente conhecido “Magão” juntamente com “ (…) seus amigos, mesmo sem o conhecimento necessário começaram a confeccionar as próprias fantasias, e inovaram com os bonecos gigantes de papel machê, inéditos no carnaval caicoense”.
O bloco foi crescendo e o próprio Magão foi apoiando e sendo apoiado por outros blocos como o bloco Psifolia que tem como foliões e foliãs os pacientes do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS, “(…) instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu território, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares”. (PORTAL SAÚDE)
E o bloco Psifolia anda agregando outros blocos como o do Movimento das Mulheres do Seridó, que só sai na sexta-feira, mas muitas das integrantes estavam lá apoiando e levando com os foliões e foliãs do Psifolia alguns recados como #Caicócontraomachismo.E para vocês conhecerem melhor a história e a animação desse bloco vejam os vídeos abaixo:
E vocês devem estar curiosos para saberem como consegui andar, como diz Regina Casé, nessa “verdadeira” muvuca? Bem gente, todo o percurso é acompanhado por dois carros de apoio, (os quais transportam copinhos de água mineral e picolé para serem distribuídos para os foliões e familiares dos integrantes do Psifolia), e três ambulâncias, (em caso de alguém passar mal), e eu fui em um desses carros de apoio levando minha plaquinha confeccionada com a ajuda da empresa Lembranças Caicó.
Vi que muita gente ao lê-la balançava a cabeça, como se dissesse “sim, eu apoio”, vi que um representante do poder público visualizou a plaquinha, mas o que mais me emocionou foi ver as crianças lendo todas aquelas plaquinhas inclusive algumas ainda em fase de alfabetização tentando ler a palavra A-CES-SI- BI- LI-DA-DE.
Então, assim como o “Magão” acredito que é possível estar sempre reinventando o carnaval de Caicó, possibilitando que todos brinquem e se divirtam sem nenhum tipo de preconceito ou exclusão. Mas, para que isso aconteça a sociedade civil (nós todos e todas) e o poder público (prefeito, vereadores, governadores, deputados, presidenta….) devem se unir no mesmo propósito para que juntos e juntas possamos cair na folia como vocês podem ver abaixo.
E aí, onde está sendo o carnaval de vocês? Em blocos? Trios elétricos? Festas de rua? Como é a questão da acessibilidade? Conte para mim, conte para nós. E se quiser saber mais um pouco sobre o carnaval de Caicó clique aqui, que eu terei o maior prazer em falar para vocês.
Beijos e um bom carnaval! 😉