Sensores captam objetos a até 4 metros de distância e emitem sinais.Aparelho desenvolvido em São Carlos deve chegar ao mercado em 1 ano.

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos desenvolveram um equipamento que ajuda o deficiente visual a evitar acidentes ao andar sozinho.

Equipamento ajuda a identificar obstáculos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)Equipamento desenvolvido no ICMC ajuda a
identificar obstáculos (Foto: Wilson Aiello/EPTV)

O mecanismo, que deve estar disponível no mercado dentro de um ano, é composto por um pequeno computador ligado a sensores instalados em uma mochila. Eles emitem ondas de ultrassom que detectam objetos e dão alertas.

“Esse ultrassom colide com os objetos e retorna. Nós capturamos esse eco e alteramos as características dele para que se torne mais perceptível para o ser humano”, explicou o professor Francisco José Mônaco, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC-USP).

O engenheiro civil Inácio Medeiros é cego e testou o novo equipamento juntamente com sua bengala. Com os dois, conseguiu evitar não apenas obstáculos no chão, mas também objetos acima da cintura, em um raio de quatro metros.

Durante o teste, cada vez que ele se aproximava de um obstáculo, a intensidade do som aumentava. “Eu consigo perceber alguma coisa à direita”, relatou quando estava próximo a uma árvore. “Eu consigo percebê-la, o som muda”.

A bengala é a extensão do meu dedo no chão, né? É o tato.
E com o som eu percebo
outras informações. Acabo
desenvolvendo outros sentidos”
Inácio Medeiros, engenheiro civil

“O diferencial do nosso equipamento é que ele não trabalha apenas com intensidade, mas ele é capaz de dar uma sensação ao usuário, ao deficiente, da direção do objeto”, detalhou o pesquisador Renê de Souza Pinto.

O aparelho também detecta pessoas e pode evitar acidentes. “Constantemente eu bato a testa em placas, orelhões, machuca mesmo. Chega a machucar, a fazer galo na testa ou no nariz. Isso é perigoso”, disse Medeiros.

Para ele, o equipamento é uma chance de desenvolver novas habilidades. “A bengala é a extensão do meu dedo no chão, né? É o tato. E com o som eu percebo outras informações. Acabo desenvolvendo outros sentidos”.

Fonte: G1 – Cientistas da USP criam equipamento para auxiliar cegos e evitar acidentes – notícias em São Carlos e Região