Por Natache Yamayanatache

Anos atrás, quando eu tinha uns quatorze anos, ser “paquita” era o sonho de muitas meninas.
E nesta época, me dei conta de que era diferente delas pois, por apresentar sintomas de descoordenação motora, fugia dos padrões de beleza estabecidos.

Conclusão: me senti frustrada e triste porque, por este motivo, não poderia me tornar uma “paquita”.

Esse foi meu primeiro contato com o ideal de beleza praticado pela sociedade e, nele, percebi que, por minha limitação, fugia dos padrões admitidos.
Então, achei que o melhor seria me isolar por medo e vergonha de ser diferente e foi o que realmente aconteceu, por anos.

Só mais tarde entendi que o meu isolamento não seria a melhor saída e que, somente eu, poderia lutar contra esta atitude preconceituosa indo para rua, voltando a ter uma vida ativa, mostrando que na realidade todos os diferentes são normais, todos somos iguais.

A partir daí, vivi várias experiências interessantes, muitas no mundo da moda e, nestas, na sua maioria, transpirando preconceito de vitimização ( “coitadinho”….) e de segmentação (desfiles exclusivos com modelos deficientes).

MILÃO

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Até que, neste ano, em outubro, participei de um conceituado fashion show em Milão, cidade mundial da moda, evento promovido pela Fundação Vertical, quando tive a experiência da verdadeira inclusão.

Este evento é pioneiro no mundo, envolvendo modelos femininos e masculinos, andantes e cadeirantes de várias nacionalidades, com uma produção de 1ª linha, uma revolução cultural.

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Toda esta prática baseia-se no pensamento do fundador e presidente da citada fundação e projeto, sr. Fabrizio Bartoccioni que diz ” não existir paradesfile, e sim um desfile”, hoje, uma visão avançada e que deve ser multiplicada por todos.

VEJA O VÍDEO:

https://youtu.be/mUjHiYlGBek

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