Por: Laura Martins
Fonte: Vila da Praia do Forte: acessibilidade para cadeirantes
A Vila da Praia do Forte precisa estar na lista de passeios de quem vai a Salvador ou aos resorts da região. E a boa notícia: é bastante acessível para cadeirantes.
Por Laura Martins
Eu já conhecia a Vila da Praia do Forte, mas havia ido lá há tantos anos que resolvi repetir a dose em setembro de 2016, em minhas últimas férias. Para quem ainda não leu, minha experiência no hotel Iberostar Bahia está registrada neste post, e o passeio ao Pelourinho, no centro histórico de Salvador, está aqui.
A Vila é o coração da Praia do Forte, tem um charme sem igual e é repleta de bons restaurantes, cafeterias, bares e charmosas lojas. Lá também está a sede do Projeto Tamar e uma charmosa igrejinha que aparece em 100% das fotos dos turistas que passeiam pela Praia do Forte.
Como não trafegam carros no local, é possível passear tranquilamente pelas ruas, onde encontramos gente na mesma vibe que nós, andando devagar e parando aqui e ali para uma cerveja, um sorvete ou para comprar um souvenir.
Como chegamos lá
Ida, Solange e eu ficamos hospedadas no Iberostar, como vc já leu aqui. De lá até a Vila, são apenas 4km.
Ingenuamente, para chegar à Vila, contratamos uma van no mesmo receptivo que alguns dias mais tarde faria nosso passeio a Salvador (mas, desta vez, fomos de Spin). Foi um erro que vc não deve cometer: vans são altas demais para cadeirantes, o que dificulta muito a transferência. E não havíamos sido avisadas que o carro pararia no outro hotel da rede, que fica ao lado. Resultado: gente demais, desconforto total, aperto, povo nervoso, incluindo nós, porque estávamos com uma cadeira de rodas e duas scooters, e não estavam cabendo os carrinhos de bebê. Não queira passar pela experiência.
Já havíamos decidido, então, que não voltaríamos de van, quando a empresa, por conta própria, nos ofereceu retorno de táxi, que ela mesma custeou. Bola dentro.
Então, não caia na roubada de contratar passeio de van se vc for cadeirante. Na entrada do Iberostar há um ponto de táxi, e vc pode tratar o passeio com algum dos motoristas. Como informei nos posts anteriores, a região ainda não conta com táxis adaptados nem receptivos acessíveis.
O que há para ver
A antiga vila de pescadores conserva seu jeitão tranquilo e sua biodiversidade, mesmo com tantas pousadas, restaurantes e lojas. Mas é que ela soube se preservar daquela modernidade que cansa os olhos e a mente: não há letreiros luminosos, vendedores ambulantes, nem poluição visual e trânsito. Carros não circulam no centrinho, somente no entorno.
O Projeto Tamar é uma das grandes atrações; também há praias muito agradáveis.
Na área de estacionamento, está o centro de artesanato, inaugurado em dezembro de 2015. Trata-se de um prédio simples, com 54 boxes que são bastante pequenos. O artesanato disponível no local, de modo geral, é composto por peças mais simples. Se desejar itens mais trabalhados e peças menos comuns, deixe para comprar na Vila.
Mas o melhor da Vila, em minha opinião, é andar a pé pelas ruas, parando aqui e ali.
Acessibilidade
É possível circular pelas ruas da Vila sem problemas, porque são fechadas ao trânsito de automóveis; e sem muita trepidação, por causa do tipo de calçamento, que não é paralelepípedo. Mas isso é muito relativo: depende do tipo de equipamento que vc usa, e até do tipo de pneu. Eu toquei a cadeira sozinha; quando fiquei cansada, porque há muita coisa para ver, as meninas me rebocaram com a scooter.
Se não quiser andar pela rua, é possível usar os passeios, mas às vezes eles são estreitos e nem sempre acessíveis.
Grande parte das lojas tem entrada plana, mas são pequenas e não têm banheiro adaptado. Não fomos a nenhum restaurante, então fico devendo informação sobre a acessibilidade deles.
Já no entorno da Vila, as ruas têm paralelepípedo. Acredito que a maioria dos cadeirantes precisará de ajuda para transpor os poucos quarteirões que devem ser percorridos da área de estacionamento até a Vila.
O centro de artesanato tem entrada com rampinha e banheiro adaptado. O uso é pago, mas é bem baratinho.
Quanto ao Projeto Tamar, não chegamos a visitar. Todas as pessoas a quem perguntamos sobre acessibilidade nos desestimularam. Eu já havia visitado a sede na outra vez em que estive na Vila, mas não foi simples. Havia areia por todo lado, alguns desníveis consideráveis e degraus para acesso à lojinha. Em dois blogs que consultei, feitos por cadeirantes, há informação de que o local é acessível (embora esses blogs não tenham informado detalhes a respeito). Em compensação, alguns cadeirantes que conheço me disseram que permanecem os mesmos problemas e que o local está longe de poder ser considerado acessível… Sendo assim, caso queira visitar o local, sugiro que telefone para lá e faça perguntas bem específicas, de acordo com suas necessidades, para que não corra riscos no passeio.
Para concluir, incentivo vc a colocar a Praia do Forte na sua lista de lugares bacanas a serem visitados no Brasil. Reserve no mínimo uma tarde para passear por lá, mas considere até mesmo o dia todo caso queira ir com calma, fazer compras e comer alguma coisa.
Para saber mais:
Acessibilidade na Praia do Forte | Blog O Viajante EspecialGuia de Praias, Praia do Forte | Site Viaje na ViagemPraia do Forte | Atrativos turísticosProjeto Tamar Praia do FortePraia do Forte | Por que ir
Fonte: Vila da Praia do Forte: acessibilidade para cadeirantes