O post sobre nosso noivado foi o mais lido do blog, engrossando o coro de estatísticas contra aqueles que acreditam que falar de amor é piegas. Talvez não seja claro para muitas pessoas, mas a qualidade dos nossos relacionamentos determina a qualidade de nossas vidas. Por exemplo: diga como você foi amado quando criança que, quase certamente, eu lhe direi como você ama quando adulto. Este é um dos primeiros lugares onde nós aprendemos a (e como) amar.

Já citei em outras oportunidades o quanto eu sou escandalosamente apaixonada pelo mar e para usufruir dessa riqueza única e me banhar nessa imensidão, eu sempre precisei estar amparada por alguém. Nesse último final de semana, pela primeira vez eu fiz esse ritual acompanhada do meu noivo. Para alguns, pode ser um simples banho de mar. Para nós, foi um ponto máximo de comunhão, o pico da felicidade serena, aquela que só pode nascer de relacionamentos robustos que permitem incorporar todas as partes de você mesma. 

E apenas em uma relação de pura entrega você consegue transformar a cerimônia de um casamento em verdadeira celebração. Uma celebração que começa muito antes do “sim” perante as pessoas que você ama.

É nessa vibração que a ação de determinar o quanto vocês têm de orçamento disponível passa a ser um primeiro passo sem sofrimento ou estresse, afinal, o que mais importa não é o tamanho da festa, mas o glamour que vêm dos sorrisos sinceros daquele momento que será inesquecível.

Será esse amor que vai manter você para cima mesmo quando for preciso visitar inúmeras igrejas e/ou espaços de festas e perceber que a maioria deles ainda não está preparado para proporcionar um casamento 100% acessível.

Ou quando tu vires o tempo passar e persistir aquela dificuldade absurda em encontrar um modelo ideal de vestido para uma noiva que já vai levar como acessório mais importante a sua cadeira de rodas.

Mas você também pode ficar mais forte quando ler histórias de outras mulheres que lhe fazem perceber que casar, além de ser um ato de celebração do amor, pode ser um “ato político”. É mais uma oportunidade fantástica de praticar a capacidade de me adaptar às circunstâncias e ver o mundo se adaptar a mim, à diversidade.

Planejar um casamento acessível é mais uma chance de perceber-se ignorante de si mesma e ir descobrindo, ou melhor, determinando, quem se é.

Aquele banho de mar foi o “eu te amo” mais bonito que eu já recebi…

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Descrição da imagem para cego ver: Amanda está caminhando sozinha ao altar em uma igreja católica

E você, já falou “eu te amo” para alguém hoje?

Source: Ode ao amor: uma noiva cadeirante e nada convencional