De acordo com a Constituição Federal, todos têm direito à educação (artigo 205). Pela resolução do CNE/CEB nº 2/2001, todos os alunos devem ser matriculados em classes comuns, tendo o apoio necessário. Pelo art. 8º da Lei 7.853/89, nenhuma escola pode negar-se a receber um aluno com deficiência, sendo isso caraterizável como crime.

Mas, infelizmente, dentro de nossas escolas, sejam elas públicas ou particulares, nem sempre encontramos a estrutura adequada para receber alunos com algum tipo de deficiência, sobretudo deficientes visuais. Cabe então ao professor procurar meios e métodos para melhor inserir esse aluno e garantir que ele disponha de toda a condição necessária para lhe garantir a aprendizagem, e tudo isso com características inclusivas.

Uma boa estratégia para o professor é utilizar materiais concretos e manipuláveis. O ábaco e o material dourado permitem trabalhar com os alunos desde princípios de contagem até as quatro operações. Esses materiais podem e devem ser utilizados por todos os alunos, podendo até mesmo serem confeccionados por eles.

 

O ábaco é um excelente instrumento que permite ao aluno ter noções de contagem e de cálculo
O ábaco é um excelente instrumento que permite ao aluno ter noções de contagem e de cálculo

Outra boa alternativa, desde a educação infantil, é criar formas numéricas e geométricas utilizando materiais como massa de modelar, argila e biscuit. Experimente criar essas formas com a ajuda dos alunos e, então, vende os olhos de todos, entregue formas para todos da turma e peça que tentem descobrir quais formas estão segurando. Além de propiciar um ambiente de descobertas de sentidos, os alunos apropriar-se-ão dos conceitos de cada forma.

Ainda para o estudo de geometria, o professor pode utilizar material cuisenaire, blocos lógicos, além de confeccionar formas planas ou tridimensionais através de diversos materiais, como o papel, cartolina, isopor, palitos de churrasco e até canudinhos. Através desse tipo de material, os alunos com e sem deficiências podem perceber com mais clareza os formatos, além de distinguir faces, vértices e arestas no estudo de poliedros.

Em estudos mais teóricos, como as relações entre conjuntos, o professor pode utilizar materiais com formas circulares, como bambolês ou mesmo pulseiras, e, a partir da manipulação deles, trabalhar relações de pertinência, como a interseção ou a união.

Podemos colocar objetos que pertençam a um conjunto apenas ou à intersecção deles ou, ainda, a nenhum dos conjuntos
Podemos colocar objetos que pertençam a um conjunto apenas ou à intersecção deles ou, ainda, a nenhum dos conjuntos

Você, professor, consegue imaginar uma situação em que poderíamos utilizar as tampinhas abaixo como ferramenta no ensino e aprendizagem, com enfoque nos alunos com deficiência visual? Experimente elaborar uma situação para o emprego desse material e conte-nos nos comentários. Se possível, aplique essa ou alguma das ideias abordadas e relate-nos sua experiência. Sua prática pode ajudar outros professores!

Você consegue pensar em alguma situação em que possa utilizar essas tampinhas no ensino de matemática?
Você consegue pensar em alguma situação em que possa utilizar essas tampinhas no ensino de matemática?

Source: Estratégias de Ensino de Matemática para o Deficiente Visual – Brasil Escola