Os sinais foram elaborados por pesquisadores em conjunto com estudante que é deficiente auditivo: ele tinha dificuldade de acompanhar palestras pela falta de expressões adequadas
 
POR REDAÇÃO GALILEU
 
Estudante Liam Mcmulkin contribuição para a formulação do novo vocabulário científico que pode entrar na Língua de Sinais Britânica (Foto: Universidade de Dundee)
ESTUDANTE LIAM MCMULKIN CONTRIBUIÇÃO PARA A FORMULAÇÃO DO NOVO VOCABULÁRIO CIENTÍFICO QUE PODE ENTRAR NA LÍNGUA DE SINAIS BRITÂNICA (FOTO: UNIVERSIDADE DE DUNDEE)
 
Língua de Sinais Britânica (da sigla em inglês, BSL) está sendo melhorada por pesquisadores com o objetivo de fazer do estudo científico um campo menos excludente para pessoas que têm deficiências auditivas. De acordo com especialistas, 100 novos sinais para representar termos científicos estão em processo para serem incluídos na linguagem de sinais do Reino Unido.
 
A montagem de vocabulário foi feita com a participação do estudante Liam Mcmulkin, que começará em breve o seu Mestrado em ciência na Universidade de Dundee, a quarta maior instituição da Escócia. Ele tinha muita dificuldade em acompanhar palestras com palavras mais longas como “desoxirribonucleótido”, que é a unidade do DNA.
O estudante criou com seu intérprete alguns sinais para traduzir as nomenclaturas científicas. “Ser um estudante pode ser algo muito desafiador, afirmou Mcmulki. “Estou animado em ter a oportunidade de encontrar cientistas na universidade e desenvolver sinais que possam fazer uma diferença significativa em quem sonha em aprender e liderar pesquisas nas áreas da ciência.”
 
Um glossário contendo o novo vocabulário recém-formulado pelo estudante com os cientistas foi montado pelo Scottish Sensory Centre. É possível conferir palavras que antes não podiam ser traduzidas à Língua de Sinais Britânica, como “ampere” (unidade de medida da corrente elétrica) e “vácuo”, que é o termo científico para o espaço onde não existe matéria.
 
Os novos termos combinaram alguns sinais já utilizados por pesquisadores que são deficientes auditivos, além do desenvolvimento de códigos que surgiram por pura criatividade. Algumas terminações ainda se relacionam para construir sentido, como é o caso de “massa” (punho fechado) e “densidade” ( punho fechado e coberto por uma das mãos).