Acidente que deixou irmão paraplégico despertou interesse de Gabriella Zubelli pelo tema
 
Carolina Callegari
 
 A arquiteta Gabriella Zubelli (ao centro) com o irmão Eduardo Savine Mayr e a mãe, Tereza Maria Savine Foto: Gabriela Fittipaldi / Agência O Globo
A arquiteta Gabriella Zubelli (ao centro) com o irmão Eduardo Savine Mayr e a mãe, Tereza Maria Savine Foto: Gabriela Fittipaldi / Agência O Globo
 
RIO — A largura da porta, a altura de móveis e louças e o tipo de material usado no piso precisam ser levados em conta para atender a requisitos de acessibilidade . Mas nem sempre são. A arquiteta Gabriella Zubelli , especialista em arquitetura acessível , convida o público a conhecer o dia a dia de cadeirantes que vivem em ambientes não adaptados no projeto Casa Conceito , em que apresenta também soluções para o problema. Em outubro ela ministrará um curso técnico de acessibilidade no Centro de Vida Independente, na PUC-Rio, na Gávea, aberto a leigos.
 
— Nossa proposta é levar o projeto aos estudantes de Arquitetura . Mas o curso será aberto a todos, falando de acessibilidade a partir da exploração dos sentidos — conta Gabriella. — Temos dois objetivos: soluções, com produtos, serviços e tecnologia; e sensibilização, através de dinâmicas e vivências sensoriais, para desenvolver o olhar de empatia.
 
 Eduardo num banheiro adaptado Foto: Gabriela Fittipaldi / Agência O Globo
Eduardo num banheiro adaptado Foto: Gabriela Fittipaldi / Agência O Globo
 
O tema já interessava a arquiteta enquanto ela cursava a graduação. Há 13 anos, seu irmão, Eduardo Savine Mayr, ficou paraplégico ao mergulhar durante um passeio de barco. Ela se especializou, adaptou o apartamento da mãe, na Barra , para facilitar a rotina do rapaz, e acabou contratada como especialista em acessibilidade pela Empresa Olímpica Municipal, durante a Rio 2016 .
 
Há dois anos, a arquiteta participa de eventos apresentando o Casa Conceito. Uma estrutura é montada para o público experimentar as dificuldades da rotina e as facilidades a partir da adaptação dos ambientes. Os idosos também requerem atenção especial, frisa, e precisam de opções que estimulem sua autonomia garantindo a segurança.
 
— O que funciona para um pode não funcionar para todos. Um cadeirante pode ter mobilidade maior que outro. É preciso estudar também a dinâmica da casa. E, em ambientes públicos, atender o maior número de pessoas possível — ensina.
 
A arquiteta planeja lançar cursos on-line, para atender profissionais de fora do Rio. Por enquanto, dá dicas para transformar os ambientes em consultorias e pelo Instagram, em @gabriellazubelli@casaconceito_oficial .