Foto: Marina Paschoaletti/Arquivo pessoal
 
Leonardo Ribeiro
 
Marina Paschoaletti, de 28 anos, já nasceu ouvindo Sandy e Junior em casa, assim aprendeu a gostar da dupla. Aos poucos ela percebeu que a escolha musical tinha um motivo: este era o interesse musical de Rafael, o irmão mais velho, e que tem paralisia cerebral.
 
— Levei muito tempo para perceber que meu irmão era “diferente”. E tenho essa memória de nós dois enquanto crianças dançando na sala de casa. Como o Rafa não anda, e não fala, fui crescendo e percebendo que o gosto por Sandy e Junior é algo que nos aproxima muito. Nós tínhamos as paredes do quarto cobertas de pôsteres da dupla — relembra Marina.
 
                          Marina e o irmãoMarina e o irmão
 
Rafael conheceu Sandy e Junior em 1991. O pai do garoto o levou para a inauguração de um shopping em Goiânia quando ficou sabendo que “o filho do Xororó ia cantar”. No local, os olhos do irmão de Marina brilharam ao ouvir Sandy e Junior. A emoção com a dupla se repetiu ao longo dos anos.
 
— Nossa mãe é musicista e tocava piano para o Rafael desde bebê. Começou com cantigas de roda e músicas infantis para estimulá-lo, principalmente, na hora da fisioterapia. Depois, passaram a ser as músicas de Sandy e Junior. Como de dois em dois anos o meu irmão precisa fazer acompanhamento neurológico em São Paulo, nossos pais sempre marcavam as consultas de acordo com a agenda da turnê da dupla para irmos aos shows (risos).
 
 
Com a turnê “Nossa história”, Marina e Rafael vão assistir a dupla pop em Brasília e tiveram a oportunidade de conhecê-los no camarim. É que a advogada inscreveu a história do irmão em uma promoção. No texto, ela destacou como a música de Sandy e Junior ajuda o irmão no dia a dia.
 
                       Rafael se encontrou novamente com a dupla no show de Brasília
Rafael se encontrou novamente com a dupla no show de Brasília
Foto: Enviada pelo leitor
 
“Se ele está nervoso é só colocar Sandy e Júnior que o acalma. Se está disperso é Sandy e Júnior que o ajudam a fixar. Se está triste, ouvindo Sandy e Júnior fica alegre. Para fazer hidroterapia ele raramente está animado, mas é só propor ouvir Sandy e Júnior na piscina que ele logo anima”, escreveu.
 
Agora, ambos estão ansiosos para poderem abraçar os ídolos.
 
— Rafael ficou emocionado quando liguei contando da notícia. Toda vez que o encontro ele não quer falar de outro assunto. Ele é muito expressivo, então a gente entende bem. Para mim, a entrada também será especial. É que meu irmão já entrou no camarim outras vezes, mas eu vou pela primeira vez. Quando criança eu ia para a porta chorando, pedindo para entrar, mas não me deixavam. Eu entregava cartinhas para o Rafael repassar. Não estou me segurando! — diz Marina, aos risos.