#PraTodosVerem: Na imagem está um rosto com o dedo indicador na boca, a arte é feita no estilo pop arte, por  isso, mistura diferentes cores. Fim da descrição: Foto: Lobo Artes/Divulgação

 

Talvez ao ler o título você tenha pensado em palavras como a própria inclusão associada com acessibilidade ou mesmo igualdade ou equidade, respeito ou outra desse leque. E você não errou. Mas o objetivo de hoje é ir um pouco mais a frente nesse raciocínio.

Muitos são os fatores que nos levam a incluir, ações físicas como a eliminação de barreiras ou mesmo ações sociais que visam incluir a pessoa com deficiência nas conversas e nas produções de sociais. Por isso, essas duas palavras são tão importantes nesse universo: Produção e Construção.

Você já pensou o quanto a sua produção afeta as pessoas com deficiência? Não é apenas uma questão de área de trabalho, mas de sentido humano, pois tudo o que fazemos impacta outros seres humanos. Então, você arquiteto coloca a acessibilidade como parte de suas obras? Você jornalista coloca as pessoas com deficiência em suas pautas? Você médico consegue ver a pessoa com deficiência além do modelo biomédico?

É um erro comum pensar que a acessibilidade ou mesmo a pauta da pessoa com deficiência deve se fazer em uma produção a parte, e que ela não precisa estar presente em todos os momentos.

E a forma com que estamos produzindo impacta diretamente como estamos construindo para as pessoas com deficiência, pois uma coisa está intrinsecamente ligada a outra. Pois não é possível valorizar a inclusão em textos terminologicamente errados, não é possível promover acessibilidade se ao fim da rampa tiver degrau, não é possível enxergar além da deficiência se toda a construção for baseada na necessidade de exaltar o ser como herói ou exemplo de superação.

Assim precisamos refletir o quanto a nossa produção vem construindo uma sociedade mais justa e mais acessível. E, são essas duas palavras, produção e construção que me fazem olhar com medo o futuro das políticas públicas, pois não se pode privilegiar grupo A ou B somente porque representante de grupo A ou B está no poder. Políticas públicas são para todos, por isso, são públicas, e ser para todos implica diretamente na necessidade de ser plural, de respeitar os que pensam e agem diferente. E sobretudo, é preciso que elas sejam humanas.

Precisamos pensar na produção ou jamais teremos uma construção realmente inclusiva e acessível.