por Rosineide Bertaglia
A crise se espalhou pelo mundo de forma rápida e impactante, fazendo com que muitas pessoas se isolassem socialmente, ficando em suas casas. Seja para trabalhar remotamente, acompanhar os estudos, obter informações atualizadas ou até mesmo para fazer aquela super receita, a internet tem sido uma grande aliada e muitas vezes o único recurso de apoio nesse período.
Mas o mundo online está preparado para todos?
Um estudo feito pelo Movimento Web para Todos, em parceria com a BigData Corp, mostrou que dos 14 milhões de sites ativos no Brasil 99% não estão acessíveis para pessoas com deficiência. Isso significa que os conteúdos não chegam ou chegam de forma ineficiente para um público de mais de 45 milhões de pessoas. E, por mais que o digital tenha como propósito facilitar a vida das pessoas, vemos que não está acontecendo dessa maneira.
Como um surdo faz para obter notícias sobre a pandemia, uma vez que a maioria depende da língua de sinais em sua comunicação? Ou caso uma pessoa cega precise comprar online em um site que não possui uma navegação adequada para ela? Pessoas com deficiência encontram barreiras como essas diariamente e nesse momento, em que sair de casa representa um risco à saúde, essas barreiras têm um peso muito maior.
Sempre falamos por aqui que é preciso pensar no todo. E agora, isso é mais necessário do que nunca!
Além de uma exigência da lei, a acessibilidade digital é uma necessidade real que envolve tanto as pessoas que precisam ter acesso aos conteúdos online como também é uma forma para as organizações ampliarem seu alcance. Se todos entendem, todos ficam na mesma página e o melhor de tudo as informações não se perdem, o que muitas vezes ocorre, sendo uma queixa muito comum principalmente na comunidade surda.
Isso acontece porque 80% dos surdos no mundo têm dificuldades com as línguas escritas e dependem das línguas de sinais para obter informações. Quando estas não estão acessíveis em sua língua, eles acabam recebendo, em muitos casos, atualizações picadas de seus familiares ou de outros surdos, fazendo com que não tenham autonomia para compreender ou organizar um pensamento crítico sobre o assunto.
 
O outro lado da história!
Mesmo que ainda estejamos longe do cenário ideal, empresas como o Banco BMG, a Claro e a Azul Linhas Aéreas, por exemplo,  já têm se conscientizado e saído à frente no quesito acessibilidade digital para a comunidade surda. Com seus sites acessíveis em Libras, elas estão abrindo as portas para milhões de surdos com uma comunicação efetiva e adequada para eles. E os resultados são surpreendentes. Quando uma empresa corresponde às expectativas dessas pessoas, respeitando a diversidade e atendendo os interesses de cada um, reflete uma imagem positiva não somente para os potenciais usuários do seu site, mas para todos que de alguma forma convivem com eles, como seus familiares e amigos.
Isso mostra o quanto a acessibilidade digital tem sido cada vez mais fundamental na vida das pessoas e que é muito importante pensar inclusivamente, principalmente nesse momento que quase tudo está convergindo para os canais digitais.
Todo mundo pode fazer a sua parte e falando nisso, nós por aqui criamos algumas ações de conscientização sobre essa pandemia.
Produzimos um vídeo com o intérprete virtual mais querido do Brasil, o Hugo, dando dicas em Libras sobre a prevenção contra o novo Coronavírus. Olha só:
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