Vinícius Rodrigues perdeu a batalha contra o russo Anton Prokhorov por apenas 0s01 e conquistou a medalha de prata dos 100 m rasos T42. O brasileiro, que tinha quebrado o recorde paralímpico nas eliminatórias ao marcar 12s11, melhorou o tempo na final ao cravar 12s05, mas foi superado pelo adversário por apenas 0s01.

“Dá raiva, né”, disse Vinícius Rodrigues, brincando, mas nem tanto. “Não vi a corrida, foi um tempo de 12s05, melhor que a semi”, comenta. “Miserável desse russo”, brinca de novo. “Tive uma saída boa, a técnica em si, mas parecia que tinha 70m. Um pouco injusto da minha profissão, é como se fosse um trabalho de sniper, né? Não pode errar. Curti muito minha saída, antes era em pé. Meus três recordes foram em pé e a gente foi treinando, junto com o professor Fábio, a minha saída de bloco. Saí bem mais confiante, acho que faltou um pouco mais de agressividade para chegar nos 40m junto. Estava treinando para um 12s0, 11s90”, explicou.

 

O russo Anton Prokhorov, que é da classe T42, bateu o recorde mundial da sua categoria, mas Vinícius Rodrigues continua sendo o dono da melhor marca do mundo da T63, 11s95, obtida em abril de 2019 no CT Paralímpico de São Paulo. As duas classes foram unidas para as disputas em Tóquio.

“A disputa foi muita acirrada. Como um bom soldado, vim aqui para ouvir o hino do meu país e, por isso, saio meio contente, com aquele gostinho de quero mais. Mas, como sempre, sou uma pessoa muito positiva e imagino que do bronze em Dubai (Mundial), prata agora, imagino que ano que vem no Mundial vem o ouro. Estou feliz, na minha primeira Paralimpíada pegar uma medalha de prata”, afirmou o velocista brasileiro.

Vinícius Rodrigues com bandeira medalha de prata 100 m jogos paralímpicos tóquio 2020
Miriam Jeske/CPB

Depois de fazer o recorde mundial, Vinícius Rodrigues sentiu a estreia em uma competição de nível internacional pela seleção brasileira e não conseguiu ser tão rápido no Mundial de Doha, disputado em novembro daquele ano. Com 12s38, ele terminou em terceiro lugar.

A medalha de bronze no Mundial é uma conquista importante, sem dúvida. Mas Vinícius Rodrigues sabia que podia mais do que aquilo e prometeu a si mesmo que a história em Tóquio seria diferente. Dito e feito! Na manhã desta segunda-feira, ele ficou com a medalha de prata, correndo apenas 0s10 acima de seu melhor tempo.

Vinícius Rodrigues entrou para o atletismo paralímpico em 2014 depois que sofreu um acidente de moto quando tinha 19 anos em Maringá. Por causa do ocorrido, precisou amputar a perna esquerda acima do joelho. No terceiro dia de internação, recebeu a visita da velocista medalhista paralímpica Terezinha Guilhermina que o incentivou a iniciar no esporte. Inspirado por ela, começou na modalidade e agora, como sua inspiradora fez três vezes na carreira, ele também subiu no lugar mais alto do pódio paralímpico.

Origem: Vinícius Rodrigues perde final por 0s01 e fica com a prata nos 100 m T42