#descriçãodaimagem: Foto das medalhas da Olimpíada bronze, prata e ouro. Sendo que a do ouro está sobreposta as outras. Foto: Internet/Divulgação

 

Finalizadas as Olimpíadas e Paralimpíadas o saldo que fica é de crescimento. Mesmo com todas as adversidades de ser esportista no Brasil, os atletas, deram seu “jeitinho brasileiro” e deram o máximo em Tóquio.

No entanto, uma reflexão é válida: Por quê não se trata o resultado Olímpico e Paralímpico de uma forma justa? Basta olhar a diferença de resultados que veremos que o enfoque “midiático” deveria ser a Paralimpíada e não a Olimpíada.

Enquanto os atletas olímpicos conquistaram 21 medalhas sendo sete ouros, seis pratas e oito bronzes. Os paralímpicos sobraram com 72 medalhas sendo 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. Em relação a premiação os atletas olímpicos receberam os valores individuais de premiação do COB são R$ 100 mil por bronze, R$ 150 mil por prata e R$ 250 mil por ouro. Equipes recebem valores para serem divididos. Para modalidades de até seis atletas: R$ 500 mil (ouro), R$ 300 mil (prata) e R$ 200 mil (bronze). Em outras de delegações maiores, como futebol e vôlei: R$ 750 mil (ouro), R$ 450 mil (prata) e R$ 300 mil (bronze).

Já para os paralímpicos o CPB definiu que a premiação será de R$ 160 mil por medalha. Já  para aqueles que ficarem em segundo (prata) e terceiro lugar (bronze), os valores serão de R$ 64 mil e R$ 32 mil, respectivamente.

Aqui já fica claro que o 21 vale mais que os 72, além disso, os atletas olímpicos terão um “bônus social” de crescer o número de seguidores nas redes sociais, como é o caso da medalhista de ouro Rebeca Andrade que teve um crescimento de 800% nas redes sociais passando de 700 mil para 2.2 milhões de seguidores. Somado a isso virão comerciais, espaços na mídia e uma visibilidade que garantirá bons frutos.

Já os atletas paralímpicos (os que realmente) ganham medalhas voltarão às sombras do ostracismo, pois um ou outro consegue despontar, consegue fazer alguma publicidade ou mesmo se tornar “influencer digital”.

Deve ser muito difícil para a mídia lidar com seu fracasso, quando escolhe não transmitir a paralimpíada do mesmo modo que faz com a olimpíada.

O fato é que mais uma vez o capacitismo impera diante das ações. Nesse contexto quem tem resultado não tem visibilidade e quando tem é na base do “exemplo de superação” expressão que desconsidera todo o trabalho feito pelos atletas, os anos de dedicação e abdicação de família, amigos e objetivos pessoais.

A questão que fica é, enquanto não desconstruirmos o capacitismo, 21 valerá mais que 72.