Depois de vencer a Copa do Mundo do Qatar com a seleção argentina, uma velha discussão sobre Messi voltou à tona: Messi seria autista? Escrevi essa coluna a pouco tempo e falo sobre essa invenção.

Logo que surgiu para o futebol, o ainda menino Lionel Messi espantou o mundo pela capacidade que tem com a bola nos pés. Não à toa ganhou o apelido de “ET” relativo à extraterrestre, já que muitos o consideram de outro planeta. 

A genialidade e o nível de habilidade com a bola nos pés, concentração e capacidade de tomar decisões rápidas fizeram de Messi um dos maiores de todos os tempos, capaz de conquistar seis bolas de ouro, inúmeros títulos e artilharias. É tão gênio, que conseguiu até levar a Argentina para a final de uma copa do mundo em 2014, uma seleção de grandes valores individuais, mas que tinha sérias dificuldades coletivas. Oito anos depois ele novamente conduz a Argentina para a final, mas dessa vez levantando a taça.

Mas voltando ao craque argentino, uma das formas de tentar explicar o talento subumano de Messi foi dizer que ele era autista, pois somente um “autista” para ter essa capacidade de concentração e realização, e suas atitudes reservadas com a timidez, durante um tempo reforçaram esse estereótipo. 

No entanto, essa informação foi refutada por fontes ligadas ao atleta e também por médicos, a partir disso, começou a circular que Messi realmente não era autista, mas sim, Síndrome de Asperger, um tipo leve de autismo caracterizado pela grande capacidade de aprendizagem e concentração, o que em tese justificaria as habilidades de Messi, porém, uma das características da Asperger é a sensibilidade auditiva o que inviabilizaria a presença dele em um campo de futebol devido ao barulho dos torcedores.

Outro ponto que refuta essa ideia de autismo ou síndromes similares é o livro O garoto que virou lenda de Luca Caioli, que conta a história de Messi, no livro ele fala do tratamento pago pelo Barcelona para uma condição ligada ao crescimento que ele apresentava, porém, em nenhum momento esse tratamento afeta as características esportivas de Messi, visto que o próprio Caioli descreve as façanhas de Messi em Rosário na Argentina ainda na infância.

Além de desinformar, afirmar que Messi seria autista ou teria algum transtorno do gênero,  difundir essa história é uma prática de capacitismo, pois para tentar justificar a síndrome se das características “incríveis” a quem a possui, sendo que isso não é regra, além disso essa prática é uma das formas mais preconceituosas usadas contra as pessoas com deficiência.

Então agora que você já sabe que muito do que se fala de Messi é lenda, se você tem a oportunidade de ver ele jogar, aproveite, pois é um dos maiores de todos os tempos. E principalmente, evite estereótipos.