A cistite, popularmente conhecida como infecção urinária, é pouco comum entre os homens, mas bastante frequente entre as mulheres. Chega a atingir até dez por cento delas. Mas a boa notícia é que pode ser prevenida com dois pequenos esforços: ingerir bastante água e urinar periodicamente.
Como qualquer infecção, a cistite (infecção na bexiga) é causada por um microorganismo – no caso, uma bactéria presente na vagina ou no aparelho intestinal baixo (ânus e reto) da mulher.
Contaminação
A entrada dessa bactéria na bexiga é favorecida por tudo que a empurre na direção do órgão, como o próprio ato mecânico da relação sexual. Após uma relação anal, por exemplo, mesmo que o homem lave o pênis, as bactérias podem se instalar ali e contaminarem a mulher em uma próxima relação sexual. Se a relação anal for seguida diretamente por uma relação vaginal, os riscos são ainda maiores.
Mulheres com intestino preso têm mais chance de terem cistite, porque a proliferação de bactérias no organismo é maior. Já as mulheres que praticam bastante sexo também aumentam a chance de contraírem a doença, uma vez que a frequência facilita a aproximação da bactéria à bexiga.
Sintomas
Os principais são:
- vontade frequente de urinar
- liberação de pouca urina
- dor na região do baixo ventre
- possível perda de sangue junto à urina
Risco
O maior risco de uma cistite sem tratamento adequado é facilitar o caminho de uma infecção urinária mais séria.
“A partir do momento em que a bactéria se instalou na bexiga, ela pode ser levada até o rim. Nesse caso, passa a ser uma infecção muito mais grave, que pode até mesmo desenvolver infecções em todo o corpo”, afirma o ginecologista do Einstein, Dr. Eduardo Vieira da Motta.
Homens x mulheres
A cistite é mais comum entre as mulheres do que entre os homens, principalmente porque a distância a ser vencida pela bactéria até a bexiga é maior no caso deles.
A uretra – canal condutor da urina – das mulheres tem de quatro a cinco centímetros, enquanto a dos homens tem aproximadamente 12 centímetros.
Prevenção e tratamento
A prevenção e o tratamento da cistite podem ser bem simples, desde que seguidos à risca pelas mulheres.
“A maior recomendação para a prevenção da cistite realmente é, além da ingestão de muita água, urinar periodicamente para lavar bem a bexiga e a uretra”, recomenda dr. Eduardo.
“Mulheres que seguram muito a urina ou que deixam para usar o banheiro apenas quando estão em casa também têm mais chances de terem cistite”, afirma o ginecologista.
No tratamento, a alta ingestão de água – mais do que os dois litros recomendados para o dia a dia – e o subsequente aumento da urina resolvem de 60 a 70% dos casos.
Nos casos mais graves, um tratamento com antibióticos dá conta de tratar a doença. O importante é lembrar que a prevenção e o tratamento precoces são ótimos aliados contra as infecções urinárias mais graves.