Formada em direito, 45 anos, servidora concursada do Tribunal Regional do Trabalho de Alagoas, Roseane Cavalcante de Freitas Estrela, conhecida como Rosinha da Adefal, teve poliomielite aos dois anos de idade, a deixando cadeirante. A deficiência física nunca foi condição limitadora para Rosinha, que sempre esteve na linha de frente das lutas por acessibilidade e inclusão, tanto em Alagoas, seu Estado natal, quanto nacionalmente.

Em busca da prática esportiva e inclusão social, Rosinha chegou à Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas, Adefal, ainda adolescente.

Logo, ela percebeu a necessidade de buscar uma sociedade mais inclusiva. Na Adefal,

exerceu os cargos de secretária, diretora de esportes, vice-presidente e presidente.

Rosinha também foi presidente da Organização Nacional de Entidades de Pessoas com Deficiência Física, Onedef, onde iniciou as discussões do ainda, Estatuto da Pessoa com Deficiência, q

ue deu origem a Lei Brasileira de Inclusão, LBI.

Rosinha foi vereadora por Maceió, deputada federal em dois mandatos, secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas e secretária Nacional da Pessoa com Deficiência.

Rosinha da Adefal presidiu a Frente Parlamentar da Pessoa com Deficiência, da Câmara Federal, lutando pela aprovação da Lei da Aposentadoria Especial, reduzindo assim, o tempo de contribuição para Pessoas com Deficiência ao Regime Geral da Previdência Social.

Na Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, de Alagoas, contando com a sensibilidade do governador Renan Filho, Rosinha conseguiu implantar uma superintendência dedicada exclusivamente às causas da Pessoa com Deficiência.

Por meio de parcerias, Rosinha também conseguiu instalar duas Centrais de Interpretação de Libras em Alagoas.

Candidata a deputada federal, Rosinha afirma que “ construirei meu próximo mandato, como sempre atuei, ouvindo os anseios da população e tendo como norte os princípios do respeito aos direitos humanos, com especialidade às causas da Pessoa com Deficiência e da Mulher. Meu maior compromisso é com a acessibilidade e inclusão”

Muitas vezes temos dúvidas em quem escolher na hora do voto. Ouvimos várias propostas e principalmente acusações de outros candidatos. Por isso, ficamos indecisos e por vezes a escolha acaba sendo um processo difícil. 

O lema da campanha de Rosinha da Adefal é “uma vida pela inclusão […] Conheço bem a luta da PcD e dos familiares em busca de saúde, educação, trabalho, lazer, acessibilidade”.  Quer saber que candidata é essa? Confira a entrevista, abaixo. 

1-Fale um pouco sobre o que é política, sua trajetória pessoal como política que és e sua experiência como servidora pública e política brasileira. 

Então, Hamilton, a gente faz política desde criança, quando  tentamos  convencer nossos pais a realizarem nossos anseios. Mas, comecei mesmo a pensar na coletividade na adolescência, quando entrei para A Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas, a Adefal, e percebi as necessidades de acessibilidade e de inclusão dos meus pares. Em 2009 fui eleita vereadora pela cidade de Maceió, onde continuei lutando pela Pessoa com Deficiência. Fui deputada federal em duas legislaturas, secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas e secretária nacional da Pessoa com Deficiência. Minha trajetória política sempre foi pautada, especialmente na luta pela inclusão da Pessoa com Deficiência e da mulher. Sou servidora concursada do Tribunal Regional do Trabalho, e tanto neste cargo, quanto no eletivo sempre procurei fazer política, como ela deve ser, fundamentada nos interesses da coletividade. Infelizmente, a falta desse comprometimento de muitos, levou a um desgaste da classe política. Mas, não podemos generalizar, a diferença existe e é importante que a população saiba fazer essa distinção. 

 

2- Por que você quer ser Deputada Federal novamente? 

Costumo afirmar que, nada sobre nós sem nós. Então, serei deputada para continuar o nosso trabalho em busca de uma sociedade mais inclusiva. Se pensarmos que lá atrás, nem se discutia o que nós Pessoas com Deficiência pensávamos ou desejávamos, já avançamos bastante. Participei ativamente da construção da Lei Brasileira de Inclusão, desde o Estatuto da Pessoa com Deficiência, agora precisamos fazer a LBI valer. Ainda temos muitas lutas e conquistas pela frente.    

 

3-Quais são suas prioridades dentro de tudo o que um estado precisa? Nós temos aqui alguns itens: saúde, educação, segurança, lazer, habitação, transporte público e previdência. Como você as colocariam numa ordem de prioridade? 

Hamilton, é difícil enumerar, pois infelizmente somos muito carentes de todos eles.  Ainda incluiria nessa lista a acessibilidade e o trabalho, mas acredito que saúde e educação são básicos para buscarmos os demais. 

 

4- Qual será seu principal lema de campanha e por quê? 

Uma vida pela inclusão. Tive poliomielite aos dois anos. A seqüela me deixou cadeirante. Conheço bem a luta da PcD e dos familiares em busca de saúde, educação, trabalho, lazer, acessibilidade.   
 

5- Toda a população espera mudanças e todo candidato traz no seu discurso “essa mudança”.Como mudar nesse cenário tão engessado, um ambiente formado por muitas pessoas do tempo de 1900 e vovô no auge?  Ou seja, como você pretende promover essa mudança? 

A mudança se constrói! Precisamos ocupar os espaços políticos, defender nossas bandeiras e avançarmos. O diálogo não pode ser exaurido, ele é nosso instrumento de convencimento para as mudanças. Temos que ser fortes e mostrar que se governa para todos, e uma sociedade inclusiva é para todos. 

6- Todos os pré-candidatos prometem melhorar a educação, saúde, transporte público, segurança, etc. Qual será sua prioridade em Educação, caso venha ser eleita? 

Como tenho sempre em mente a PcD, não posso pensar em uma educação que não seja inclusiva, que não perceba a individualidade e necessidade de cada ser. Educação se faz com inclusão. Sociedade, educadores e donos de escola precisam estar comprometidos com essa causa. 

 

7-Quais projetos de urbanização tem em mente para nossas vias públicas, seja elas urbanas e/ou rurais? 

Em um País como o nosso, de dimensões continentais e com cidades e capitais sem planejamento, é bem verdade que ainda estamos bem distante da tão sonhada e desejada acessibilidade. Mas, também acredito, que as maiores barreiras, ainda são as de atitudes, que aos poucos estamos conseguindo quebrar. Muitas vezes, o que precisamos é tão pouco. Exemplifico aqui, com um projeto do Estado de Alagoas, que vem conseguindo oferecer mobilidade para muita gente. Trata-se da construção de escadarias e rampas em grotas da capital alagoana. Antes, fazer até mesmo um socorro de uma Pessoa com  Deficiência, nesses locais, era uma tarefa de grande dificuldade.  

 

8- O que as mulheres podem esperar de novo, em seu mandato? 

As causas da mulher, sejam o enfrentamento à violência doméstica, com a busca por uma rede mais ampla de atendimento à mulher em situação de violência, mais creches e acesso e melhoria nas condições de trabalho são compromissos do meu mandato. 

 

9- Se você for eleita o que você pretende fazer no que diz respeito à violência contra a mulher? 

A ampliação da rede de atendimento à mulher, como busca pela implantação de Delegacias Especializadas é um dos caminhos que iremos focar no meu mandato. 

 

10- O que as pessoas com deficiência  podem esperar de novo, em relação à inclusão, em seu mandato? 

A Lei Brasileira da Inclusão foi uma grande conquista da Pessoa com Deficiência, vamos fiscalizar a sua aplicação e garantir grandes avanços para a inclusão.     
 

11- Nosso país ainda tem desafios gigantescos para promover acesso às pessoas com deficiência à escola, ao mercado de trabalho e à vida social básica. De que forma no seu mandato você poderá contribuir para melhorar essa realidade? 

Um item é fundamental para o outro. Não podemos pensar em acesso ao mercado de trabalho, sem uma educação inclusiva. Também não podemos pensar em vida social fora de um conjunto de fatores que a antecedem, saúde, trabalho e acessibilidade. Vamos atuar ocupando os espaços de discussões, ouvindo os anseios de nossa base, para juntos construirmos políticas públicas cada vez mais eficientes e eficazes nas soluções dessas demandas. 

 

12-Qual o seu diagnóstico acerca do cumprimento da inclusão e acessibilidade hoje no seu estado? 

Inclusão e mudança de mentalidade andam juntos. Acredito que estamos nos caminho certo. No entanto, ainda precisamos avançar e sermos todos agentes ativos desse processo inclusivo. 

 

13-Como vê o empreendedorismo e empregabilidade da pessoa com deficiência?  

Precisamos avançar. As cotas têm contribuído para a inserção da PcD no mercado de trabalho. Mas, não podemos ficar somente nisso. Precisamos nos posicionar melhor nesse setor. Ocupar espaços de poder, e para isso precisamos avançar com a educação. É assim para todas PcDs ou pessoas sem deficiência. 

 

14- Você sabe bem as dificuldades e desafios enfrentados no dia a dia das pessoas com deficiência. Nesse sentido, o que vocês farão , no tocante à promoção da saúde da pessoa com deficiência e fornecimento de cadeiras, materiais descartáveis, como cateter hidrofílico, fraldas, além de remédios, cirurgias e atendimento pelo SUS? 

Na Câmara Federal apresentei projeto para que o FGTS pudesse ser utilizado para compra de órteses e próteses para a PcD e seus familiares, inclusive, aprovado e faz parte da LBI. Construirei meu mandato, como sempre fiz, fundamentado nas discussões e demandas da Pessoa com Deficiência, com apresentação e defesa de projetos que possibilitem uma saúde pública mais eficiente e eficaz para a Pessoa com Deficiência. Um dos papéis do parlamentar é também o de fiscalizar o cumprimento da Lei, e a participação dos deputados nas comissões é fundamental para esse acompanhamento.   

 

15- Qual é a estimativa de gastos para a sua campanha? 
R$ 430.000,00 

 Visite a página da Rosinha e saiba mais:

Rosinha da Adefal 1444

 

 


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