Antonio Silva, 26 anos, Gaúcho, jornalista e pesquisador da relação entre as pessoas com deficiência e a mídia. Sou deficiente físico, devido a uma sequela de paralisia infantil, para poder andar passei por 8 cirurgias dos dois aos 11 anos, hoje tenho um quadro de mobilidade reduzida e uma curvatura na coluna. A partir do resultado do meu TCC criei um projeto chamado Deficiência em Foco, que busca informar sobre os direitos, debater e conhecer mais sobre o universo das pessoas com deficiência.

O PODER DAS PALAVRAS

Como jornalista sou um apaixonado pelas palavras, desde sempre gostei de ler, fui alfabetizado antes do tempo, em casa pela minha mãe, aprendi desde cedo que a soma destes símbolos tinham um poder incrível. Um exemplo, foi o fato de eu ter chegado à escola já alfabetizado e ter me destacado entre os colegas, as palavras ajudaram a incluir e evitar preconceitos, de certa forma fui admirado por já saber ler e ao mesmo tempo não fui estigmatizado por andar mancando e torto.

Mas, não quero aqui falar sobre meu inicio na escola, quero sim falar do poder das palavras, da força que essas pequenas letras associadas podem trazer. Dentro do universo das pessoas com deficiência cada palavra, cada frase pode ser determinante no processo de combate ao preconceito e inclusão.

Um exemplo é uma frase de um famoso palestrante que diz: “A pior deficiência é a moral, pois não existe prótese para caráter amputado” percebam aqui a agressividade da frase uma ausência moral e uma situação de mau-caratismo não pode ser associada há uma deficiência, não há relação e, além disso, ofende a classe das pessoas com deficiência em especial  os amputados.

Outro exemplo claro é a de um erro na construção de um piso tátil que diz: “Feito por um deficiente mental” desta forma a frase deixa clara que o deficiente intelectual só faz coisas erradas ou se tiver autonomia não fará nada certo, para muitos a frase é somente uma crítica ao erro ou uma forma “engraçada” de mostrar um erro, porém, a mensagem carregada é sim preconceituosa.

Assim em frases ou palavras podemos ofender, estigmatizar, classificar ou até mesmo excluir, por isso, é tão importante o uso correto da linguagem, usar a nomenclatura correta, não chamar de aleijado, torto, manco, coitado.

A inclusão é uma grande estrada, cada passo é importante, cada pedra também é nelas que aprendemos e damos valor aos fatos e a importância de lutar por nós e por nossos semelhantes.

Por isso, sempre digo, na dúvida pergunte e não alimente dúvidas ou preconceitos e sempre respeite as dificuldades e as peculiaridades de cada pessoa, não somos e nunca seremos iguais, todos são diferentes e únicos, portanto, o respeito nasce na diferença e cresce na pluralidade do mundo. Queremos, podemos e precisamos estar juntos para lutar por um mundo mais inclusivo, no qual a deficiência seja apenas uma característica e não um estigma para a exclusão.

Aproveito para agradecer ao espaço que estou recebendo, sei da grande responsabilidade de escrever para o blog, e pretendo aqui promover a reflexão de nós sobre nós mesmos. Dúvida, criticas e sugestões serão sempre bem vindas. Grande abraço.

 

Nós que agradecemos meu caro , 2020 será magnífico com essa equipe !!

 

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