A suspensão da linha BB Crédito Acessibilidade, divulgada pelo SISTEMA REAÇÃO (TV e Revista Reação) em entrevista/live realizada na tarde desta quinta-feira, 18, repercute em todo o Brasil. Levantamento feito pelo Departamento de Jornalismo do SISTEMA REAÇÃO junto a diversas fontes apontou que neste ano o aporte foi reduzido praticamente pela metade. Em não havendo a suplementação orçamentária até o dia 30 de junho, o programa estará suspenso para o segundo semestre, ou seja, a partir de 1º de julho.

De acordo com Naum Mesquita – Coordenador Geral de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência / Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência / Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, “a Secretaria vem envidando todos os esforços no sentido de manter a linha de crédito. O orçamento regular sempre esteve em R$ 10 milhões, e nesse ano devido aos cortes em todas as áreas, foi destinada apenas a metade, ou seja, R$ 5 milhões”.

Para Mariane Santana, Consultora Administrativa das lojas Linha Move em São Bernardo do Campo, SP, “ver o sorriso no rosto de uma pessoa quando você diz que há uma terceira opção entre receber uma cadeira do SUS e desembolsar um dinheiro que a pessoa não dispõe de uma única vez ou em poucas parcelas é maravilhoso! No crédito acessibilidade você consegue ter um produto feito para você, nas características que você gosta e pagando uma parcela que cabe no seu orçamento, isso renova a esperança da pessoa, faz com que ela já se veja indo para o trabalho, estudando, ou seja, projeta possibilidades de VIDA que até então muitos não tem. Além de consultora administrativa das lojas Linha Move, sou cadeirante também e projeto a minha troca de cadeiras a cada cinco anos, que coincide com a vida útil dela com o número das parcelas a pagar. Espero que um dia o usuário já adquira esse crédito direto na loja. Isso sim seria o ideal. Mas voltar atrás em uma conquista é definitivamente desconstruir um caminho de inclusão social”.

Já Luciano Santos, da Casa Ortopédica com sede em São Paulo, Capital, afirma que respeita e entende que o Governo esteja em uma fase de reestruturação econômica. “A pandemia ajudou há desestruturar um pouco a economia brasileira. O BB Acessibilidade, mesmo com todas as falhas, sempre se mostrou a melhor ferramenta de fomento ao nosso setor, somada a uma inserção social dessas pessoas com autoestima, poder de compra, empoderamento e respeito. Torço para que o Banco e os meio políticos consigam compor e encontrem uma saída. Mas a PcD precisa continuar tendo a chance de adquirir o produto necessário para o seu dia a dia. Essas pessoas já enfrentam tantas adversidades. O BB Crédito Acessibilidade é a única alternativa que se tem para que possam estar inserido no mundo, gerar renda e independência”.

Julio Olivetto, da empresa Kit Livre de São José dos Campos, SP, em entrevista ao SISTEMA REAÇÃO, disse que grande parte de seus clientes adquirem os produtos através do BB Acessibilidade. “Desde setembro do ano passado, significa 1/3 de vendas na nossa empresa. Nosso produto foi pensando nas especificações técnicas dessa linha de crédito. Se esse crédito for suspenso, vai dificultar ainda mais o acesso à tecnologia, que já é difícil no Brasil”.

Maria de Mello, Terapeuta Ocupacional, Doutora em Ciências da Reabilitação, e Coordenadora da Technocare em Belo Horizonte, MG, disse que a suspensão do BB Acessibilidade “é muito maior do que apenas a suspensão de pagamento pelos produtos. Desativar essa linha de crédito é retroagir ao direito de acesso ao produto assistivo com mais autonomia. É um retrocesso em termos de Direitos Humanos. É um retrocesso gigantesco em termos de Direitos das Pessoas com Deficiência no contexto mundial”.

fonte: https://revistareacao.com.br/repercute-em-todo-brasil-a-suspensao-do-bb-credito-acessibilidade-apos-1o-de-julho