#PraTodosVerem: A imagem é uma foto preta e branca com duas mãos entrelaçadas. Fim da descrição. Foto: Divulgação

 

Meu primeiro texto nesse espaço falou sobre a importância das mães para a Inclusão. Falei da minha e da sua dedicação integral ao meu desenvolvimento. Até hoje recebo o carinho de outras mães e o agradecimento pelo texto.

Mas também já fui indagado que os pais são importantes, nunca disse que não eram, mas tudo bem!

Mas ao falar de pais precisamos ser claros que o texto é direcionado ao pai presente, ativo, respeitador da mãe e do filho, nada de pai por obrigação.

Então, resolvi falar de meu pai, somos muito diferentes, sequer torcemos para o mesmo time, já brigamos muito, já nos desrespeitamos, mas sempre fomos pai e filho.

Meu pai teve papel fundamental na minha Inclusão, não apenas por segurar as contas, enquanto minha mãe vivia pra mim, mas também por me incluir na realidade.

Sim, meu pai me incluiu na realidade, de um jeito simples, objetivo, direito e, às vezes duro, mas sempre com verdade.

Meu pai nunca fantasiou uma resposta, lembro que um dia disse “quero ser jogador de futebol” ele sorriu e disse que eu não poderia e me explicou porquê.

Isso não impediu que ele me presenteasse com a camisa do meu time do coração, não impediu que gastássemos suas folgas, sábados e domingos jogando bola e outros esportes improvisados.

Ele me inclui na realidade quando me ensinou a importância de me defender, mas usar a força somente como último recurso “se alguém te bater, xingar, rir, fale a professora, se não resolver devolva o que te fizeram”.

Mas o episódio mais marcante foi quando nos assistíamos um programa de talentos na TV e eu disse que não tinha talento nenhum, ele me olhou nos olhos e disse “todos temos talentos, na hora certa, descobrimos”. Na hora não dei muita importância a frase, mas ela mudou minha vida, e fez eu entender que se ficarmos em nossas qualidades descobriremos nosso potencial.

Meu pai não fez faculdade, sequer terminou o ensino médio, trabalha sem parar desde os 12 anos de idade, pelo menos duas vezes, o trabalho quase o matou, mas foi dele a frase e muitas atitudes que mudaram a minha vida.

E sabe porque isso aconteceu? Porque eu não tive um pai perfeito, um pai exemplar, mas eu tive e tenho um pai presente, e no fundo, é isso que importa.