E se o processo de inclusão fosse como um time de futebol? Essa foi uma pergunta que me fizeram durante uma palestra. E confesso que isso ficou ali quicando como uma bola pedindo para ser chutada na minha cabeça.

E acho que funcionaria mais ou menos assim: O goleiro, os zagueiros e os volantes, no  futebol, compõem a defesa na inclusão seriam os protetores da cultura da empresa, os guardiões dos valores. No meio campo está, ou deveria, estar um time de Diversidade, forte, diverso, criativo e atuante.

No ataque é onde a magia acontece, é lá que estão os craques, são eles que marcam os gols. E é lá que devem estar as pessoas com deficiência, sendo protagonistas, fazendo as coisas acontecerem, pois elas são as camisas 10 da inclusão.

Mas lembre-se que para dar certo o time precisa atuar entrosado, em parceria, cada um potencializando o outro, afinal, na hora da vitória todos ganham.

VISIBILIDADE PARALÍMPICA

E por falar em esporte, 2021 foi ano de Paralimpíada, um grande momento de celebração e resultado, pois são os atletas paralímpicos que trazem os melhores resultados para o esporte brasileiro.

No entanto, o investimento não é proporcional ao retorno. Já que os atletas com deficiência não têm as mesmas oportunidades, a mesma visibilidade, o mesmo investimento que os atletas sem deficiência.

Afinal, não vemos nossos atletas com deficiência em comerciais ou programas de TV, nem ganhando milhares de seguidores nas redes sociais e nem mesmo muito dinheiro, porém, são eles que trazem as medalhas.

Claro que nem só de medalhas vive o esporte, mas em outros campos, elas validam a visibilidade dos vencedores.

E por que isso não vale para os atletas com deficiência? Na verdade, vale, mas o capacitismo sistêmico “normaliza” a ideia de não valorização e exclusão.

Parece contraditório, mas em um ambiente capacitista, às vezes ganhar é perder.

UM LUGAR NO PÓDIO

E para fechar nosso papo esportivo de hoje, vamos falar de pódio, aquele espaço que sugere conquista, mérito, celebração de resultado. E onde nós pessoas com deficiência onde estamos neste pódio? E melhor onde estamos no pódio social? Pois quantas pessoas com deficiência ao teu redor tem papel de destaque?

Quantos lideram equipes ou projetos? Quantos são referências em suas áreas? Quantos recebem uma remuneração justa? Difícil lembrar, mas mais difícil ainda pensar que talvez não haja.

Por isso, antes de pensarmos no pódio, precisamos pensar no caminho até ele e na acessibilidade para tal.

Abraços inclusivos…

 

 

 

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