Julianne Moore: ela é a favorita absoluta na categoria de melhor atriz graças a uma personagem que sofre os devastadores efeitos do Alzheimer
Los Angeles – Julianne Moore e Eddie Redmayne partem com grandes chances de levar a estatueta do Oscar com seus papéis impactantes, respectivamente, em “Para Sempre Alice” e “A Teoria de Tudo”.
Moore é a favorita absoluta na categoria de melhor atriz graças a uma personagem que sofre os devastadores efeitos do Alzheimer, enquanto Redmayne pode conquistar o prêmio por sua interpretação de Stephen Hawking, o célebre astrofísico britânico que vive em uma cadeira de rodas e sem falar por causa da esclerose lateral amiotrófica.
Embora Michael Keaton, em “Birdman ou (a Inesperada Virtude da Ignorância)”, lidere as apostas nessa categoria, Redmayne tem a seu favor o fato de interpretar uma personalidade real, outro grande fator que tradicionalmente é mais bem cotado na Academia, como demonstraram as vitórias recentes de Matthew McConaughey (“Clube de Compras Dallas”, 2013), Daniel Day-Lewis (“Lincoln”, 2012) e Colin Firth (“O Discurso do Rei”, 2010).
O Oscar já premiou personagens memoráveis com deficiência ou doenças mentais como o do próprio Day-Lewis em “Meu Pé Esquerdo” (1989), quando interpretou o pintor e escritor irlandês Christy Brown, que sofria de paralisia cerebral, e a de Holly Hunter em “O Piano” (1993), quando interpretou uma pianista muda que se casou com um fazendeiro da Nova Zelândia em meados do século XIX.
Al Pacino finalmente saiu vitorioso após sete indicações ao dar vida ao coronel cego Frank Slade em “Perfume de Mulher” (1992), e Dustin Hoffman conquistou sua segunda estatueta dourada interpretando um autista em “Rain Man” (1988).
Tom Hanks foi nomeado duas vezes consecutivas ao interpretar um advogado soropositivo em “Filadélfia” (1994) e o nem tão inteligente, mas carismático “Forrest Gump” (1995), que por coincidência esteve presente em vários momentos decisivos da sociedade americana.
Outros casos recentes são os de Jamie Foxx, que transpôs com perfeição para as telas Ray Charles em “Ray” (2004), e o próprio McConaughey no ano passado, consagrado pelo papel de Ron Woodroof, um “cowboy” drogado que luta para conseguir de qualquer maneira medicamentos que prolonguem a vida de quem, como ele, contraiu o vírus da Aids.
No passado estão outros exemplos notáveis como os de Marlee Matlin, por “Filhos do Silêncio” (1986); Jon Voight, por “Amargo Regresso” (1978); Patty Duke, por “O Milagre de Anne Sullivan” (1962); Joanne Woodward, por “As 3 Máscaras de Eva ” (1957); ou Harold Russell, por “Os Melhores Anos de Nossa Vida” (1946).
Os casos de Matlin e Russell são especialmente particulares.
Matlin, uma jovem surda de 21 anos, ganhou o Oscar de melhor atriz por interpretar uma estudante com a mesma deficiência que inicia uma relação sentimental com um fonoaudiólogo.
Russell, um veterano de guerra, fez história ao se transformar no primeiro ator não profissional e a primeira pessoa amputada – ele perdeu as mãos enquanto estava no exército – a levar o Oscar.
Além disso, Voight levou a estatueta pelo papel de um veterano do Vietnã paraplégico, vítima de uma lesão na medula, que encontra o amor de uma mulher (Jane Fonda) cujo marido ainda estava lutando na guerra.
Fonte: Exame