Ausência de sensibilidade da cintura para baixo pode causar sérias lesões em partes como as nádegas e um Assento adequado ajuda a reduzir a pressão

Melhorar um pouco a vida das pessoas. Foi com essa intenção que a aluna do mestrado do Programa de Pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social da Universidade Feevale Bruna Henkel Ferro Wiklicky desenvolveu uma almofada para prevenção de úlceras em cadeirantes. Essas pessoas que ficam a maior parte do dia sentadas e que não têm sensibilidade da cintura para baixo não se dão conta que o assento da cadeira de rodas está causando sérias lesões em partes como as nádegas. “São as chamadas úlceras de pressão, responsáveis pela morte de 7% a 8% dos cadeirantes”, alerta Bruna.

A ideia surgiu há cerca de um ano no início do trabalho de conclusão de Bruna, com a supervisão da professora de Ergonomia de Design, a fisioterapeuta Jacinta Sidegum Renner. “A Bruna teve a preocupação da prevenção. Mas, muito mais do que isso, teve a preocupação com a situação social dos pacientes com quem trocou ideias na Associação dos Lesados Medulares (Leme)”, comenta a professora Jacinta. Uma almofada importada pode custar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil reais. A projetada por Bruna pode custar até menos de 300 reais. A patente dessa inovação já foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e a expectativa é que essa pesquisa possa, futuramente, entrar em produção.
Assento adequado reduz a pressão
A novidade da almofada para cadeira de rodas criada por Bruna Henkel Ferro Wiklicky é que cada ponto recebe espuma com uma densidade diferente. Por meio de cores, um teste aponta onde há mais pressão na almofada. E são nesses pontos que podem surgir as úlceras, caso o assento não seja o adequado. “Os cadeirantes passam grande parte do dia sentados, muitas vezes mal acomodados. Como não sentem dor na região afetada, surgem as lesões”, explica Bruna.
Almofada para cadeira de rodas, conforme a proposta de Bruna Henkel Ferro Wiklicky, deve ser considerada como uma “substituição” do assento da cadeira. Várias peças se juntam e formam o assento, que teve respeitada a anatomia e as pressões sobre a almofada conforme a área corporal, no caso, nádegas e parte das coxas. Isso tudo respeitando os diferentes pesos corporais.A estrutura do assento é composta de nove peças de espuma, que podem ser de diferentes materiais e densidades, visando a distribuição correta da pressão exercida pelo cadeirante.Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), existem aproximadamente 650 milhões de pessoas com deficiência no mundo.