Apaixonado por cavalos desde a infância por acompanhar o pai nas montarias, o morador deItaberá (SP) Renato Cunha, de 36 anos, teve que desistir do sonho de ser atleta de equitação Western após sofrer um acidente de trânsito e ficar paraplégico. Porém, apesar da limitação física impedir que ele suba em um cavalo, Renato decidiu não abandonar o contato com os animais e se tornou treinador. “É o que me dá suporte e me motiva. A relação com os animais me deu força e coragem para seguir em frente”, afirma.
Em entrevista ao G1, Renato contou que o acidente aconteceu quando ele tinha 20 anos no mês de outubro de 1999. Segundo o treinador, ele viajava sozinho para Dracena (SP), onde daria uma palestra sobre criação de cavalos. Contudo, ele dormiu ao volante e capotou com o veículo na rodovia. De acordo com Renato, o cinto de segurança evitou que os danos fossem maiores, mas, por conta da gravidade do acidente, ele sofreu danos na coluna cervical e na medula óssea.
(Foto: Reprodução/TVTEM)
“Como todo jovem eu era cheio de sonhos e vitalidade. Me sentia como um super homem e como se nada fosse acontecer comigo. De repente, do dia para a noite, estava no hospital tomando soro pela primeira vez. Tinha planos de, a partir de 2000, me dedicar mais às competições de equitação Western e parar um pouco com os cursos. Mas esse obstáculo surgiu e tive que aprender a superá-lo”, diz.
Renato também afirmou que, após o acidente, tinha esperanças de voltar a andar e poder voltar a montar em um cavalo. “Chegou um momento da minha vida, um ano depois do acidente, que descobri que não poderia mesmo andar após acabarem todas as esperanças. Nesse momento eu tive que tomar uma decisão. Ou eu encarava a cadeira de rodas e trabalhava ao lado dos cavalos como treinador ou desistia de tudo e entrava em depressão. Então, decidi de ser treinador”, contou.
“É demagogia falar que a vida seria igual se eu ainda andasse, mas o segredo foi me adaptar a essa transformação e desenvolver meu melhor como pessoa. No meu trabalho, por exemplo, como estou sempre em uma cadeira de roda, fico mais imóvel. Mas agucei muito minha sensibilidade de observação fazendo disse um diferencial”, conclui.