RUTH DE AQUINO

                           

A quantas anda o seu preconceito? A foto da sensual e charmosa designer gráfica Tanja Kiewitz, de 35 anos, com um sorriso e olhos luminosos, provoca uma reação imediata de surpresa – e, certamente, alguns sentimentos que tentamos afastar. Tanja diz ter decidido posar de roupa íntima numa campanha na Bélgica cujo objetivo é combater a discriminação da sociedade contra pessoas como ela, que têm algum tipo de deficiência física. Da noite para o dia, começou a receber pedidos de entrevista em toda a Europa.
 
O anúncio do sutiã preto diz o seguinte: “olhe-me nos olhos… eu disse nos olhos”.
 
A campanha é de uma ONG dedicada a alertar para os problemas vividos na França e na Bélgica por pessoas incapacitadas parcialmente, chamada CAP48.
Elas não querem que a sociedade sinta pena ou vire os olhos ou tente não enxergar. Querem, isso, sim, que a sociedade se equipe, mentalmente, para aceitá-las como são e lhes dê oportunidade para se realizarem pessoalmente e profissionalmente.
 
Tanja disse que a repercussão foi imensa depois que sua foto apareceu em revistas e que a maioria das reações “foi positiva, muito positiva”. Ela está aturdida com o sucesso repentino por ter exibido algo que em muita gente provoca incômodo.
 
Pessoalmente, acho admirável a coragem de Tanja de se expor. Afinal, preconceituosos sofrem de uma deficiência invisível e disfarçada.
 
O que você acha da imagem?
 
É válida para combater o preconceito e a discriminação? 
 
Você se sente obrigado a rever seus sentimentos do que é “normalidade”? 
 
Ou a campanha é apelativa e pode provocar repulsa?