Paulo Sampaio

23/10/2019 04h00

De um dia para o outro, a autoestima “sempre muito alta” do assistente de marketing Brendo Martins, 23 anos, “foi a zero” . Em maio do ano passado, quando sofreu um acidente que o deixou paraplégico, Brendo teve de lidar com um preconceito inédito.

“Nunca vi problema em ser gay, até porque as pessoas sempre vinham atrás de mim [para namorar]. Eu escolhia quem queria. Hoje, além de ter de esperar que me escolham, ainda descobri que tem gente que fica com o cadeirante só para mostrar aos amigos que não é preconceituoso, como se fosse um troféu.”

Objeto sexual, não

Ele exclui desse contingente de exibidos o consultor de vendas Isaac Oliveira, 38 anos, a quem conheceu há três meses pela Internet. “Estamos saindo há pouco tempo, mas ele me passa muita confiança. Não digo que é um namoro, porque namoro é depois de uns sete meses. Só não quero ser traído”, diz.

Os dois se encontraram em um aplicativo de busca de relacionamento no qual, segundo Brendo, “as pessoas lidam com as outras apenas como objeto sexual”: “A maior parte dos usuários, os gays em especial, buscam apenas um corpo“, lamenta. Sendo bem justo, Brendo diz que também conheceu o namorado anterior, com quem estava saindo quando sofreu o acidente, em um aplicativo: “Pior que foi!”, conta, rindo.

Fonte: ‘Só não quero ser um troféu’, diz gay paraplégico que conheceu rapaz em app – Blog do Paulo Sampaio – UOL