Muita gente não sabe mas, em 2016 eu resolvi falar sobre finanças nesse blog. Porque anos antes fui conversar com a gerente do banco e falei que eu queria começar a poupar todos os meses, e ela me ofereceu o título de capitalização. E eu pensando que ela era minha amiga e estava pensando na segurança do meu lindo dinheirinho, aceitei a oferta e passei a aplicar todos os meses uma quantia.  

Parece mentira mas, foi no dia que eu resolvi resgatá-lo com o propósito de reformar e adaptar meu banheiro é que eu descobri que o título de capitalização é um “roubada total”. No primeiro momento eu coloquei a culpa no banco, na gerente e no governo que permite que o banco faça isso. Mas, logo percebi que ficar culpando os outros não ia evitar que eu cometesse outros erros financeiros.Daí me comprometi comigo mesma a estudar sobre finanças e logo cheguei a algumas conclusões como: 

⇨Além de deficiente eu também era totalmente descuidada com o meu dinheiro (não anotava meus gastos, não olhava meu extrato, não pedia descontos e confiei piamente na gerente do meu banco); 

⇨Na nossa vida tudo está relacionado a dinheiro;

⇨Dinheiro ainda é um assunto tabu; 

⇨As próprias peculiaridades das pessoas com deficiência impactam no bolso;   

E logo me veio a ideia de disseminar a importância do assunto educação financeira no blog. Daí quando escrevi o texto Quanto tempo você precisa para comprar uma cadeira de rodas? recebi muitos comentários negativos.Também  tentei fazer parceria com outros blogs escritos por e para pessoas com deficiência, mas quando falo que um dos meus objetivos no blog é  tratar com serenidade e sem nenhum tipo de preconceito o assunto finanças com as pessoas com deficiência para que possamos ter uma vida financeira mais consciente e independente. Daí o/a outra(o) blogueira(a) diz que a ideia é legal, mas antes precisamos lutar pela acessibilidade nos espaços públicos, educação inclusiva, que a lei de cotas seja respeitada etc.  

E eu me sentia como um extra-terrestre até o dia em que eu postei lá no meu Instagram que eu estava participando do #DesafiodaRiqueza e uma moça cadeirante comentou: “Cláudia ando bem assustada, porque tenho todas as despesas da casa, tenho que pagar empregada. Sou funcionária pública, mas não ganho a fortuna que a imprensa gosta de alardear.” 

E logo começamos a conversar e a convidei para ela contar aqui no blog como anda seu tratamento contra a dinheirofobia. Palavra inventada pela jornalista Nathália Arcuri para se referir à dificuldade que a maioria da população brasileira possui para falar e encarar o dinheiro e os assuntos relacionados ao universo das finanças.  

Quer saber um pouco mais sobre a Denise? Quanto custa por mês sua deficiência (salário de cuidadora, medicamentos, sonda, manutenção e/ou compra de cadeira de rodas? ) Que dicas ela dá para uma pessoa com deficiência, que recebe um salário mínimo do BPC, ser capaz de cuidar melhor do seu dinheiro e por extensão ter uma qualidade de vida melhor? Então, vejam a entrevista abaixo. 

1-Quem é a Denise Ferreira? E qual sua deficiência? 

Tenho 42 anos e moro em Porto Alegre. Nasci com mielomeningocele 

2-Como foi sua infância e adolescência? 

Até os 4 anos de idade fiz 12 cirurgias. Fiz todo o ensino fundamental sem precisar passar por nenhuma cirurgia. Também tenho o ensino médio completo. Considero que minha infância foi mais feliz, já na adolescência comecei a experimentar a solidão, pois na época, minhas colegas começaram a namorar. 

3-Qual seu nível de instrução escolar? 

No momento estou fazendo uma faculdade semi-presencialna Uniasselvi, para conseguir um acréscimo no meu salário. 

4-Como foi sua vida escolar e acadêmica?  

Consegui cursar uma escola regular porque meus pais lutaram por mim, porque se dependesse do diretor da escola de ensino fundamental, eu iria para uma escola especial. Atualmente meus colegas de faculdade me dão muito apoio, pois os tempos são outros, e há muito mais informação sobre pessoas com deficiência. 

5-Qual a sua profissão?  

Sou funcionária pública federal há 20 anos. 

6-Na sua opinião, como é ser uma pessoa com deficiência num país no qual a pessoa trabalha em média 05 meses por ano para pagar impostos  enada tem em retorno (acessibilidade, transporte público de qualidade, saúde pública, educação etc.)? 

Na minha opinião, as políticas públicas para pessoas com deficiência precisam melhorar bastante. O custo de vida de uma pessoa com deficiência é muito alto, todos os equipamentos como cadeiras de rodas manuais e motorizadas também têm um custo de manutenção muito elevado.  

7-Você teve educação financeira quando criança? 

Meus pais sempre foram muito econômicos e na adolescência, eu era considerada “pão dura”, pelas minhas colegas…rs 

8-Em algum momento da sua vida, o vírus silencioso da dinheirofobia se instalou no seu cérebro?  O que esse vírus causou e/ou causa e quais os sintomas? E como você trata esse mal? 

Acho que estou me livrando dele agora, que comecei a estudar mais sobre educação financeira, e formas de investir o dinheiro. 

9-Você sabe, em média, quanto custa por mês sua deficiência (salário de cuidadora, medicamentos, sonda, manutenção e/ou compra de cadeira de rodas? ) 

Pago uma cuidadora e a maioria dos materiais para o cateterismo consigo no posto de saúde, com exceção dos sacos coletores de urina descartáveis. Tomo um medicamento para a incontinência urinária que custa cerca de R$ 50,00 por mês. 

10-Conforme o estudo Fear Factor, da Universidade de Cambridge, nós humanos temos três grandes medos: 1)Falar em público; 2) Da morte; 3) Do futuro financeiro. O que você tem feito a respeito do seu futuro financeiro? 

No final do ano passado conheci o canal “Me poupe”, canal da Nathália Arcuri, e estou colocando para investir meu dinheiro numa corretora de Valores. 

11-Que coisas você já deixou de fazer ou de comprar por não ter dinheiro? E que sensações você sentiu? 

Me considero uma privilegiada nesse aspecto, pois minha queixa maior é da falta de acessibilidade dos locais turísticos.  

12-Você compra cadeira de rodas nova  a vista ou a prazo? Pesquisa as melhores lojas custo X benefício?  Pede desconto? 

A última cadeira motorizada que comprei foi à vista, pois havia um bom desconto. 

13-Que dicas você daria para uma pessoa com deficiência, que recebe um salário mínimo do BPC, ser capaz de cuidar melhor do seu dinheiro e por extensão ter uma qualidade de vida melhor? 

Aconselho que a pessoa não deixe de investir achando que tem pouco dinheiro, pois existem investimentos com valor inicial de R$35,00, com rendimento superior ao da poupança. Também é importante ter uma reserva de emergência. 

14- Quais seus objetivos para 2019? 

Adoraria fazer um Cruzeiro 

 

15- Que mensagem você deixa para os leitores desse blog? 

Não pensem em dinheiro como um “bicho papão”, invistam e sejam felizes. 

Obrigada, Denise pela oportunidade de poder falar um pouco do que você anda fazendo, dos seus sonhos e do seu projeto de desfudência financeira. 

E você faça como a Denise, se permita, eliminar o vírus da dinheirofobia e construa seu próprio projeto de desfudência financeira. Para isso,  aprofunde os seus conhecimentos em finanças, aprenda a fazer um orçamento inteligente e transforme o modo como o seu cérebro funciona por meio do curso Mentalidade Financeira. 

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