#PraTodosVerem: A imagem mostra quatro mãos de pessoas que juntas montam parte de um quebra-cabeça, simbolizando união. Fim da descrição. Foto: Google/Reprodução

Isso é um fato. E seguidamente eu recebo no Instagram a pergunta “como eu faço para tornar minha empresa inclusiva?” A resposta que dou é simples “contrate pessoas com deficiência”. Parece simples, e por vezes até fácil, mas não é. E vai muito além dos 2%, 3% ou 5% das vagas estabelecidos pela Lei de Cotas (8.213/91).

É claro que você precisa pensar no básico de acessibilidade como uma rampa na entrada, banheiros acessíveis, mobiliários e equipamentos que atendam as necessidades de cada deficiência, mas isso não é incluir, é adaptar.

Incluir é ir além, é dar espaço e oportunidades para que essas pessoas possam se desenvolver e trocar conhecimentos e experiências com as demais e para isso é preciso incluir.

E para incluir você precisa ter pessoas com deficiência nos seus ambientes, você precisa ouvir essas pessoas e, principalmente, deixar que essas pessoas construam um ambiente acessível.

De fato, nunca estaremos prontos para incluir, pois inclusão vai além das adaptações, pois nem todas as pessoas precisam das mesmas ferramentas. E mais do que ferramentas precisamos ouvir as pessoas e construir com a participação delas.

Incluir é criar espaços que promovam a autonomia, despertem talentos e desenvolvam capacidades. Incluir nada tem haver com vendar pessoas para que elas se “sintam” como um cego se sente, colocar pessoas numa cadeira de rodas ou afins… O nome disso não é inclusão, é capacitismo.

Mas então, porque isso é tão difícil? Talvez porque todas as coisas possuem três dimensões: A real, ou seja, como ela é de fato, a que eu conheço e a que eu imagino. Nesse trajeto possivelmente haverão percalços, medos, tristezas e frustrações.
Porém, tudo isso faz parte do processo, por isso, uma inclusão consistente, real e transformadora não se faz sozinho. Se faz com muitas pessoas. Se faz com todos aqueles que estão dispostos a aprender todos os dias.