EMERGÊNCIA EM INCLUIR

 

Geralmente as pessoas me procuram dizendo “eu preciso incluir”… À primeira vista, é notável a emergência da questão, mas existe uma diferença entre precisar e realmente querer.

Quando só precisamos buscamos cumprir uma cota;

Quando só precisamos escolhemos as deficiências “menores”;

Quando só precisamos procuramos números e não pessoas;

Quando só precisamos olhamos para a deficiência e não para as potencialidades.

Mas obviamente, eu não poderia dizer isso para a pessoa, pois às vezes, a emergência em incluir não é dela, mas de outras pessoas ao seu redor.

Então sugiro que façamos um exercício: “Trocar o eu preciso” por “eu quero incluir”. Assim a atitude muda e isso muda o resultado.

Quando queremos colocamos as pessoas na frente;

Quando queremos focamos no potencial e naquilo que a pessoa pode agregar;

Quando queremos fazemos porque acreditamos e não por uma meta;

Quando queremos, junto com a pessoa a gente faz acontecer.

Ao longo do percurso da vida, sempre haverão urgências, emergências e decisões a tomar, mas a inclusão só acontece quando decidimos incluir.

POR QUE INCLUIR

Falamos diariamente em inclusão, mas por que incluir? Por que precisamos pensar em pessoas que precisam de uma estratégia diferenciada? De condições específicas? De abordagens únicas?

Sabe por que? Por que o processo de inclusão, não é só de pessoas com deficiência, nos humaniza, nos oferece novamente a oportunidade de pensar que somos únicos e que não dá para aplicar uma fórmula mágica.

Porém, é possível sim, pensarmos em estratégias que facilitem o processo de inclusão. E hoje vou te dar algumas dicas:

1 – Saiba porquê incluir: Suas decisões e estratégias serão fundamentais para os resultados. Por isso, o resultado vai ser de acordo com as decisões.

2 – Não tenha pressa: A pressa e a empolgação podem atrapalhar o processo, por isso, comemore as conquistas, mas lembre-se que o processo é longo e contínuo.

3 – Trate o outro com equidade: é simples, desconstruir a igualdade, pois a diversidade nos mostra que o valor está na diferença. 

O QUE O CAPACITISMO NOS DÁ?

Eu falo muito de capacitismo e vou seguir falando, pois só combateremos o capacitismo, se identificarmos suas ações e quem as pratica.

E começa com um simples pensamento: O que o capacitismo nos dá?

Essa não é uma resposta fácil, mas cabe a reflexão:

Capacitismo dá like;

capacitismo dá visibilidade;

capacitismo dá seguidores;

capacitismo da audiência..

Capacitismo só não dá inclusão.

E se não dá inclusão, logo não nos atende, e se não nos atende nos exclui.

FELICIDADE E DEFICIÊNCIA

Uma vez perguntei se era possível “ser feliz viver com uma deficiência?”, claro que na época foi uma provocação e serviu para mostrar que deficiência e felicidade não dialogam. Assim com deficiência e caráter também não, ou seja, as pessoas com e sem deficiência precisam entender que a deficiência é uma condição humana, e diante disto, ela não tem relação com nossos comportamentos e sentimentos.

Diante disso:

Dinheiro não é sinônimo de felicidade;

Beleza não é sinônimo de felicidade;

Inteligência não é sinônimo de felicidade;

Status não é sinônimo de felicidade.

 Mas por que deficiência precisa ser sinônimo de tristeza?

Obviamente não é. Mas ao mesmo tempo precisamos repensar a ideia de tristeza ou sofrimento em razão da deficiência. Já que como falamos aqui, sentimentos, escolhas, resultados alcançados ou não são frutos de nossas escolhas e não da nossa condição.

Portanto, ser feliz ou triste não depende da deficiência ou ausência dela, mas sim das nossas escolhas.

 

 

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